Meta, matriz do Facebook, anuncia 11 mil demissões
O setor de tecnologia está atualmente em uma grave recessão e várias grandes empresas anunciaram dem
Meta, a casa matriz do Facebook, anunciou nesta quarta-feira (9) a demissão de 11 mil funcionários, o que corresponde a 13% dos empregados do grupo.
"Hoje compartilho com vocês algumas das mudanças mais difíceis que fizemos na história da Meta", anunciou o CEO do grupo, Mark Zuckerberg, em mensagem aos funcionários.
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"Decidi reduzir o tamanho de nossa equipe em aproximadamente 13% e me separar de 11.000 de nossos talentosos funcionários", acrescentou.
As contratações dentro do grupo também estão congeladas até o final de março de 2023.
Este é o primeiro grande "plano social" da história do grupo de tecnologia americano.
"Quero assumir a responsabilidade por essas decisões e como chegamos aqui. Sei que é difícil para todos e lamento especialmente pelos afetados", disse Zuckerberg.
Em 30 de setembro, a Meta contava com 87 mil funcionários em todo mundo em suas diferentes plataformas, que incluem as redes sociais Facebook e Instagram, assim como o aplicativo de mensagens Whatsapp.
Recentemente, a empresa publicou resultados trimestrais decepcionantes, com queda de faturamento e lucros, além de estagnação no número de usuários.
Esses resultados aceleraram a queda das ações da empresa, que perderam mais de 70% no total desde o início do ano na Nasdaq.
Zuckerberg havia anunciado naquela ocasião que o número de funcionários do grupo não aumentaria e poderia inclusive diminuir a partir de então até o final de 2023.
"A Meta está em crise de identidade. A empresa tem um pé em uma aposta de longo prazo no metaverso e outro pé na incapacidade de competir com o TikTok", disse Proulx, diretor de pesquisa da Forrester.
"Nenhum dos dois caminhos é um bom presságio para a Meta no curto prazo e medidas mais fortes de corte de custos eram inevitáveis, já que a empresa tenta se reagrupar antes de um ano sombrio de 2023", acrescentou Proulx.
Demissões em massa no setor da tecnologia
Nos Estados Unidos, os funcionários demitidos receberão 16 semanas de salário-base e mais duas semanas de pagamento para cada ano de serviço. A empresa cobrirá seu plano de saúde por seis meses e também prometeu ajudar os funcionários não americanos com seus procedimentos de visto de trabalho.
As demissões na Meta fazem parte de um contexto mais amplo de demissões em massa no setor, diante sobretudo da queda de suas rendas com publicidade, que sustentam muitas empresas de tecnologia.
No final de agosto, a Snap, empresa controladora do aplicativo Snapchat, cortou cerca de 20% de sua equipe, o equivalente a mais de 1.200 funcionários.
Na semana passada, duas empresas do Vale do Silício – Stripe (pagamentos online) e Lyft (reservas de carros com motorista) – relataram demissões em massa, enquanto a Amazon congelou as contratações em seus escritórios.
Recém-comprado por Elon Musk, o Twitter acaba de demitir cerca de metade de seus 7.500 funcionários.
Em Wall Street, onde o anúncio da Meta foi amplamente antecipado, as ações do grupo subiram pouco mais de 4% nas negociações eletrônicas antes da abertura.
"Este é um momento triste, e não há como contornar isso", escreveu Zuckerberg. "Para aqueles que estão saindo, quero agradecer mais uma vez por todas as suas contribuições", acrescentou.