Microsoft demitirá mais de 10 mil funcionários até o fim de março
Essas medidas representam US$ 1,2 bilhão de custos que serão contabilizados no segundo trimestre
A gigante americana Microsoft anunciou, nesta quarta-feira (18), uma série de medidas de redução de custos, incluindo a demissão de cerca de 10 mil funcionários até o final de março, ou seja, em torno de 5% de sua força de trabalho.
A empresa alegou que essa decisão está sendo tomada "em resposta às condições macroeconômicas e às mudanças nas prioridades dos clientes".
A empresa também planeja modificar seus equipamentos de informática e reduzir o número de espaços de trabalho.
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Essas medidas representam US$ 1,2 bilhão de custos que serão contabilizados no segundo trimestre de seu ano fiscal, que termina em 24 de janeiro.
O faturamento da empresa esperado pelo mercado nesse período deve subir 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, um valor pequeno para uma empresa acostumada a crescer na casa dos dois dígitos.
Em uma carta aos funcionários que se tornou pública, o número um da Microsoft, Satya Nadella, explica que, embora "os clientes tenham aumentado suas despesas com informática durante a pandemia", agora estão tentando otimizar e "fazer mais com menos".
Empresas do mundo inteiro estão mostrando "prudência" nos gastos diante dos riscos de recessão, enquanto a Inteligência Artificial revoluciona o setor, acrescentou.
O setor de computação remota (nuvem) permitiu à Microsoft resistir ao difícil cenário econômico, mas as empresas tendem a limitar seus investimentos já há alguns meses por medo de que a conjuntura se deteriore.
Outros grupos do setor de tecnologia informaram sobre demissões nos últimos meses, como a gigante do comércio online Amazon e a empresa de software Salesforce. No início de janeiro, ambas anunciaram cortes de 18 mil e 8 mil pessoas, respectivamente.
A Meta, controladora das redes sociais Facebook e Instagram, anunciou em novembro a demissão de 11 mil pessoas.
Outras duas ondas de demissões recentes já haviam sido divulgadas pela Microsoft: quase 1% de seu quadro de funcionários, em julho, segundo a empresa; e em torno de mil pessoas, em outubro, conforme o site de notícias Axios.
De acordo com a página institucional, a Microsoft conta hoje com 221 mil empregados em todo o mundo.
Desde 2019, a empresa contratou 75 mil pessoas, lembrou Dan Ives, da consultoria Wedbush, em uma nota.
Essas demissões não são uma "surpresa", acrescentou.
A empresa "continuará investindo estrategicamente na nuvem [e em] fusões e aquisições [Activision], apostando na inovação [ChatGPT]", ao mesmo tempo em que reduz as áreas não estratégicas, prevê o analista.