MPF recomenda que o recurso Comunidades do WhatsApp fique para 2023
Anunciada em abril, a ferramenta enfrenta entrave por este ser um ano de eleições
Com foco voltado para o compartilhamento de fake news nas eleições de outubro deste ano, o Ministério Público Federal recomendou, nesta sexta-feira (29), à Meta, empresa dona do WhatsApp, que adiasse o lançamento da ferramenta Comunidades no Brasil.
Anunciado em abril, o recurso chegou a ter uma fase de testes em outros países, mas até esta etapa foi desaprovada para o Brasil.
Na época, o WhatsApp reconheceu o impacto que a rede teve durante as eleições de 2018 e relembrou o acordo feito com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2021, que não faria modificações no aplicativo durante os períodos eleitorais brasileiros. Por isso, comunicou seu adiamento nas terras tupiniquins.
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Segundo a empresa, a estreia do novo recurso estaria marcada para depois do dia 2 de outubro, data de término das eleições, ainda neste ano.
Por que, então, o MPF reforçou essa recomendação?
O problema estaria no curto prazo entre o fim das eleições e o lançamento da ferramenta.
“No entendimento do MPF, isso não é suficiente para mitigar os riscos especialmente graves que um aumento de desinformação pode gerar para as instituições e para a população do país nos últimos dois meses do ano”.
A instituição prevê que o recurso pode ir na contramão de medidas eficientes que a própria plataforma tem adotado, nos últimos anos, para conter a disseminação de fake news. Isso por conta da facilidade que os administradores das comunidades podem disseminar uma mesma mensagem para mais de duas mil pessoas.
O adiamento para o início de 2023 não traria prejuízos para a plataforma, segundo o ministério, já que ainda não há usuários que dependam da ferramenta.
Com o tempo extra, seria possível ter análises mais aprofundadas sobre os impactos na área do combate às fake news dentro da plataforma, ao observar o comportamento dos usuários em outros paises.
A empresa tem um prazo de 20 dias úteis para informar se acolhe ou não a recomendação. Caso não acolha, o MPF poderá ir à Justiça para fazer valer as providências recomendadas.