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Programa de ensino direciona jovens pernambucanos para a área de tecnologia

Projeto já formou mais de 3.800 alunos nas áreas de Multimídia e Programação de Jogos Digitais

Salas de aula do programa NAVE | Foto: Oi Futuro/Divulgação - Oi Futuro/Divulgação

Completando 18 anos de história em 2024, um projeto que é fruto de uma parceria entre o instituto Oi Futuro e a Secretaria de Educação de Pernambuco tem modificado a realidade de diversos estudantes pernambucanos por meio da educação e tecnologia. 

Presente na Escola Técnica Estadual Cícero Dias, na capital pernambucana, o programa NAVE (Núcleo Avançado em Educação) coleciona ex-alunos que hoje se destacam no mercado de trabalho de tecnologia em diversos países.

Ensino profissionalizante
O projeto educacional do NAVE consiste na oferta do médio integrado à Educação Profissional e Tecnológica com formações voltadas às áreas de economia criativa e tecnologia.

Programa NAVE está presente na Escola Técnica Estadual Cícero Dias, na capital pernambucana | Foto: Oi Futuro/DivulgaçãoPrograma NAVE está presente na Escola Técnica Estadual Cícero Dias, na capital pernambucana | Foto: Oi Futuro/Divulgação

Para tal, ele une o conceito de escolas públicas de Ensino Médio a cursos técnicos profissionais nas áreas de Multimídia e Programação de Jogos Digitais. 

Fundado em 2006, o programa já formou mais de 3.800 alunos. Uma dessas é da pernambucana Cris Nunes, de 29 anos, que se formou em 2011 e hoje atua como cofundadora e CPO (Chief Product Officer, ou Diretora de Produtos), da Stellar Fusion, em Londres. A empresa é uma fintech startup que auxilia analistas financeiros a criarem estimativas sobre o mercado de maneira rápida e eficiente.

Pernambucana Cris Nunes, de 29 anos, se formou em 2011 | Foto: Reprodução/Arquivo pessoalPernambucana Cris Nunes, de 29 anos, se formou em 2011 | Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Antes de morar na Inglaterra, a ex-estudante do NAVE também passou por outras instituições como o banco digital Nubank e a empresa de pagamentos móveis SumUp.

Segundo Cris, o aprendizado no NAVE foi essencial para sua entrada no mercado de trabalho. 

“Comecei a desenvolver cedo algumas ‘soft skills’ que hoje são muito exigidas em grandes empresas. Durante projetos de game design, por exemplo, trabalhávamos habilidades como trabalho em equipe, com colaboração com outros desenvolvedores; apresentação e argumentação de ideias; gerenciamento de tempo, dentre outros. Sinto que essa experiência prática aplicada na escola me fez largar na frente ao ingressar no mercado”, afirma a ex-aluna.  

Impacto social
Um levantamento realizado pelo instituto Oi Futuro, que ouviu mais de 700 alunos formados pelo NAVE desde sua fundação, apontou o impacto do programa de ensino nas trajetórias dos alunos. 

Considerando todas as faixas etárias e anos de formatura, o estudo revelou que 86% dos egressos estão no mercado de trabalho e 59% deles atuam em áreas diretamente relacionados ao NAVE, sendo 33% em carreiras na área de tecnologia. 

De acordo com o instituto Oi Futuro, 79% dos alunos formados pelo programa - que também está disponível no Colégio Estadual José Leite Lopes, no Rio de Janeiro - em 2023 se matricularam em universidades em 2024.

Alunos recebem orientação sobre a carreira profissional | Foto: Oi Futuro/DivulgaçãoAlunos recebem orientação sobre a carreira profissional | Foto: Oi Futuro/Divulgação

Desse total, 61% deles escolheram formações acadêmicas diretamente relacionadas ao NAVE, como ciência da computação, engenharia, design e cinema.

O projeto, que tem um grande perfil de inclusão socioeconômica com 58% são autodeclarados pretos e pardos, e 65% provenientes de famílias com renda familiar total de até dois salários-mínimos, também tem fomentado a atuação dos ex-alunos no mercado de trabalho de tecnologia em outros países.

Além de Cris, esse também é o caso de Maryelem Rodrigues, de 22 anos, que se formou no NAVE Recife em 2020 e hoje cursa uma graduação sanduíche em Engenharia Informática no Instituto Politécnico de Bragança, em Portugal. 

“O NAVE foi uma ponte que me permitiu conhecer uma área até antes inacessível à minha realidade. A escola tinha o propósito de formar pessoas tanto tecnicamente quanto no quesito socioemocional, e foi nesse ambiente que eu aprendi a idealizar projetos de impacto social. Apesar do meu curso ser focado na programação de jogos digitais, também aprendi sobre programação mobile, web e híbrida”, comenta.

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