Redes sociais passam a oferecer mais segurança para crianças e adolescentes
Neste ano, diversas ferramentas foram lançadas para auxiliar no desenvolvimento de um ambiente saudá
Garantir a segurança das crianças e adolescentes durante o uso das redes sociais é um desafio para os pais. O acesso irrestrito à internet traz riscos aos menores que podem ser expostos a conteúdo inapropriado. Para auxiliar na questão, a Meta, empresa responsável pelo Instagram, Facebook e Whatsapp, lançou diversas ferramentas capazes de limitar os riscos aos quais os menores podem ser expostos.
As novidades já estão disponíveis e podem ser acessadas por meio da Central da Família da Meta. Nela, é possível configurar o uso das redes sociais e quais funções estarão disponíveis. Para ter acesso, é necessário que a conta do adolescente esteja conectada com a dos pais, processo que também deve ser realizado por meio da central no momento da criação do perfil.
Uma das principais novidades disponibilizadas é a restrição do chat de mensagens do Instagram e do Facebook, redes que têm o uso liberado para adolescentes a partir dos 13 anos. A regra é aplicada para usuários de até 16 anos que não podem mais receber mensagens de contas que não seguem. Caso o adolescente queira modificar a restrição, precisará obter a aprovação dos pais.
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Na opinião do CEO da ConnectSafely, organização dedicada a educar sobre bem-estar digital, Larry Magid, a ferramenta ajudará a preservar os adolescentes, além de manter a autonomia dos pais.
“Capacitar os pais para aprovar ou negar solicitações de alteração das configurações dá a eles as ferramentas necessárias para ajudar a proteger os adolescentes, ao mesmo tempo em que respeita a privacidade e a capacidade de comunicação”, afirmou.
Outra atualização da Meta também limitou a visualização de conteúdo considerado potencialmente sensível. Além disso, a marcação e menção das contas dos adolescentes também foi restrita, garantindo o contato apenas com conhecidos nas redes sociais.
Para alertar sobre os riscos do uso inadequado da rede social, o Instagram também implementou um alerta para adolescentes que utilizam a plataforma depois das 22h.
“A Meta está evoluindo suas políticas em torno de conteúdos que poderiam ser mais sensíveis para os adolescentes, o que é um passo importante para tornar as plataformas de mídia social espaços onde os adolescentes possam se conectar e ser criativos de maneiras adequadas à idade”, afirmou uma das psicólogas envolvidas no processo de desenvolvimento das ferramentas, Rachel Rodgers.
Para os pais, as novidades chegam como importantes ferramentas de auxílio na proteção dos adolescentes. Essa é a opinião da ilustradora e criadora de conteúdo digital Mariana Souza que, em conjunto com o marido, André Marques, realiza a supervisão dos filhos, Alice, de 10 anos, e Lucas, de 14 anos.
Um dos critérios utilizados pelo casal para a restrição é a limitação de idades estabelecida pelas próprias redes. Por isso, a criação de uma conta no Instagram para o mais velho só foi liberada após o aniversário de 14 anos e com uso supervisionado. Já para a filha menor, o acesso é completamente restrito. “Aqui em casa eles não sentem falta e também não fazem questão de usar redes sociais”, explicou.
A maior restrição foi estabelecida depois de uma experiência negativa quando Lucas ainda tinha 7 anos. Naquele período, para facilitar a comunicação com a família, o garoto ganhou um celular.
“Lucas estava com um amigo e eles trocaram WhatsApp com duas pessoas. Esse número foi vazado e nós descobrimos que ele estava conversando com uma pessoa que não era quem dizia ser. Foi a partir desse momento que a gente começou a ser bem incisivo nesse assunto de rede social”, relembrou Mariana.
A preocupação é amplificada pelo fato de Mariana trabalhar utilizando constantemente as redes sociais. A experiência faz com que a criadora de conteúdo saiba exatamente os perigos do uso não supervisionado.
“Usar essas ferramentas que a própria rede social disponibiliza é uma ajuda valiosa. No TikTok, por exemplo, é possível selecionar o conteúdo que a gente quer que apareça. Nós não queremos ser invasivos, mas é preciso lembrar que ele é um adolescente que ainda não tem maturidade. Por isso, a gente faz um monitoramento com relação de confiança”, completou.