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Regionais de olho no 5G

5G - Freepik

Com a aprovação do leilão das faixas de frequência para o 5G no Brasil, feita pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em fevereiro, o cenário para empresas que oferecem serviços regionalmente ficou mais favorável. Isso porque o novo edital inclui lotes regionais para a frequência 3,5 GHz, possibilitando maior competitividade para as empresas locais. 

Serão ofertadas também as frequências de 700 MHz, 2,3 GHz e 26 GHz. Elas proporcionam maior volume de recursos de espectro, sendo ideais para a banda larga ou serviços para smartphones, como a internet que chega até o seu celular. 

A proposta aprovada estabelece, por exemplo, compromissos de investimentos de cobertura que obrigam as empresas vencedoras do leilão a atenderem com tecnologia 4G ou superior áreas pouco ou não servidas, com mais de 600 habitantes, como localidades e estradas.

Para os municípios com mais de 30 mil habitantes, segundo a Anatel, estão previstos compromissos de atendimento já com tecnologia 5G.

“As operadoras de porte regional têm uma atenção maior para os clientes e foco maior no segmento. E acho que é muito da atenção e da proximidade, já que existem nuances regionais que o consumidor tem as preferências”, diz o presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp), Luiz Henrique Barbosa. 

“Uma operadora nacional projeta a rede para abordar os principais bairros de uma cidade, mas um operador regional conhece melhor as zonas residenciais e os costumes locais e dá um atendimento diferenciado”, completa. 

O edital da Anatel também prevê recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão para a implementação de redes de transporte em fibra óptica na região Norte, por exemplo, por meio do programa Norte Conectado e a construção da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal.

"Muitas vezes há áreas isoladas que não são atrativas do ponto de vista econômico. Uma operadora, para ir até lá, muitas vezes ela vai tomando prejuízo ou vai ganhando muito pouco. Às vezes não há uma atração. Então colocamos ali aquelas áreas que devem ser priorizadas como compromissos de cobertura que a Anatel vai estabelecer no edital. Impõe obrigações para que a gente possa ter o país inteiro conectado", detalhou Meneses

Valor 

Porém, apesar da possibilidade de concorrência das empresas regionais, existem também dificuldades quanto ao leilão e posteriormente a instalação. Primeiro, o preço a ser praticado na venda das faixas de frequência pode ser um pouco “salgado”. 

“A primeira grande dificuldade é saber o preço da frequência regional, por conta da estimativa, porque pelo preço que estamos esperando hoje seria super cara”, afirmou o CEO da Um Telecom, Rui Gomes. A Um Telecom é uma das interessadas e possui sede no Recife. 

O CEO analisa a participação de empresas regionais. “Eu vejo muito positivamente, pois democratiza mais a questão do móvel. Mas são investimentos elevados, talvez poucas empresas poderão entrar”, explica.

Uma possibilidade para essas empresas é que elas poderão participar com a infraestrutura de fibra ótica, por exemplo, fornecendo a estrutura para uma empresa vencedora. 

“Hoje vamos nos posicionar para participar, a depender do preço, para as frequências de 26gHz e as estradas também, oferecendo a infraestrutura”, encerrou Gomes.

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