Review OXENFREE II: Lost Signals; game consegue fechar bem a história de seu antecessor
Sequência de OXENFREE retorna com bons diálogos e leva o jogador para uma jornada sobre empatia
Uma ilha envolta em mistérios, personagens com questões profundas sobre vida, morte e conexões afetivas, além um visual que consegue envolver o jogador na trama e no clima de sua narrativa. Assim é OXENFREE II: Lost Signals, sequência do jogo homônimo que chega nesta quarta-feira (12) e traz uma experiência agradável e reflexiva para quem procura um game curtinho para relaxar.
Entre os pontos de destaque do game, está a qualidade dos diálogos, que conseguem manter certa fluidez, chegando próximo a experiências de conversas reais entre pessoas - ponto já conhecido do Night School Studio, responsável por desenvolver o jogo junto à Netflix. O blog de Tecnologia e Games teve acesso antecipado ao título e, nas linhas a seguir, traz as impressões desse jogo indie de aventura narrativa. O texto a seguir contém spoilers sobre o enredo.
O retorno aos mistérios da Ilha Edwards
Se você está familiarizado com o primeiro OXENFREE, deve lembrar que sua história se passa na Ilha Edwards - uma ilha militar abandonada. Nela, a personagem principal, Alex - uma adolescente rebelde - e seu grupo de amigos resolvem dar uma festa à noite e é nesse cenário que a narrativa começa.
No primeiro título da franquia, os jovens estão fazendo a festa na ilha, e Alex leva seu meio-irmão mais novo para participar. Eles começam a explorar o lugar e você verá cada personagem do grupo acompanhando a protagonista em algum momento da estória. Os problemas começam a acontecer quando os jovens abrem uma fenda que liga o passado ao presente, e eventos estranhos aparecem. Para além do susto, o game traz uma mecânica de diálogos fluida, em que o jogador pode desenvolver conversas profundas entre cada personagem de uma forma que se assemelha ao diálogo na vida real.
Para os jogadores de primeira viagem (que iniciaram pelo segundo título), é importante ressaltar que alguns pontos do primeiro game são importantes para casar com a história da sequência. OXENFREE II trata-se de uma continuação, uma forma de fechar o ciclo da história anterior ao contar a aventura pela perspectiva de uma nova personagem principal.
OXENFREE II: Lost Signals
OXENFREE II repete algum dos pontos altos de seu antecessor, como o visual sombrio e a trilha sonora que consegue desenvolver o clima de tensão ou empatia, cada vez que há um novo elemento na história. Novamente, os desenvolvedores da Nigth School escolheram uma personagem feminina para guiar esse novo capítulo.
Riley Poverly é uma ex-moradora de uma cidade próxima à ilha chamada Camena, que retorna ao lugar atuando como pesquisadora ambiental. Apesar de ter um propósito profissional, a personagem carrega camadas, segredos e traumas que vão sendo revelados à medida que a narrativa avança e as escolhas de diálogos são feitas.
Assim como no primeiro título, a protagonista avança ao lado de outro personagem (não jogável), chamado Jacob, que se torna o companheiro de Riley para descobrir os mistérios da ilha. Eles estão tentando desvendar o motivo de ondas eletromagnéticas estarem causando problemas em equipamentos eletrônicos. Juntando-se também aos mistérios que unem a cidade à ilha Edwards, como os membros de um misterioso grupo de jovens, semelhante a um culto, chamado Parentage - que mais correm por aí do que realmente dão trabalho para a protagonista.
Os comandos para essa exploração são simples e, mesmo que a personagem principal consiga ir para qualquer lugar do mapa, o enredo se encarrega de guiá-la pela trilha da história. O game é cheio de quebra-cabeças, flashbacks e momentos de tensão para descobrir o que está acontecendo na cidade e como tudo pode ser resolvido. A cada tarefa, Riley precisa sintonizar na estação certa do rádio, resolver puzzles e, principalmente, conversar - para conhecer a si e aos outros. Uma frase dita sem pensar pode custar caro no jogo.
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Pontos positivos
- Diálogos profundos
- Mecânica de conversas próxima de interações reais
- Trilha sonora que se encaixa com o clima do jogo
- Personagens principais cativantes
- Consegue ter um final e dar um final para a história anterior
- Pode fazer carinho no cachorro
Pontos negativos
- Mapa aberto, mas sem grandes incentivos para explorar
- Tramas de alguns personagens secundários poderiam ter sido melhor exploradas
- É possível zerar o jogo com partes da história incompletas, o que atrapalha o entendimento do crescimento da personagem na hora de receber itens no final
Veredito final
OXENFREE II: Lost Signals é um game divertido e instigante que consegue fechar de forma positiva a história contada por seu antecessor. Os personagens principais mantêm diálogos profundos, em que até silêncios são gerados se o jogador demora para escolher uma resposta. Dessa forma, a experiência consegue fazer com que a atenção fique totalmente absorvida nos momentos de troca entre Riley e Jacob. Os mistérios e puzzles, no entanto, não seguram muito bem a trama, pela facilidade com que conseguem ser resolvidos e, dado que se o jogador apenas seguir a narrativa de eventos, eles acabam não influenciando no resultado final, papel representado pelas escolhas de diálogo nas conversas entre os personagens.
Presentes, o rádio e o walkie-talkie servem de impulso para a história ir para frente, mas as dificuldades apresentadas durante seu uso podem ser consideradas fáceis demais para jogadores mais experientes. Por fim, é um game curtinho, que pode ser jogado de uma tacada só (consegui chegar ao final em cerca de 8 horas) e que possibilita diferentes finais - a depender das escolhas feitas em cada diálogo. Por aqui, aparentemente, conseguimos um final feliz, com os jovens que estavam presos na ilha libertados, nenhuma morte e a libertação de uma alma torturada pelo luto.
Preço e disponibilidade
OXENFREE II: Lost Signals já está disponível para PC e Mac via Steam, PlayStation 4, PS5, Nintendo Switch e no aplicativo da Netflix para celular. O game custa R$ 101,24, com algumas variações de valor a depender da plataforma.
A jornalista recebeu uma cópia cedida pela Netflix Games para fazer a review.