Testes da internet via satélite da Amazon avançam; serviço deverá ser oferecido no Brasil
Iniciativa da multinacional foi batizada de Projeto Kuiper e continua em fase de testes
SÃO PAULO - Com a missão ambiciosa de “conectar o mundo”, a Amazon anunciou avanços no Projeto Kuiper, que deverá aumentar o acesso à banda larga por meio do posicionamento de satélites em órbita terrestre baixa. Lançado pela empresa em 2018, o projeto segue em fase de testes.
Recentemente, dois protótipos de satélites com a tecnologia OISLs, que utiliza lasers para ampliar a velocidade das transmissões, foram enviados para a órbita baixa da Terra. De acordo com os primeiros testes, os equipamentos conseguiram atingir uma velocidade de até 100 gigabits por segundo, demonstrando a capacidade de manutenção das ligações cruzadas entre os satélites.
Segundo a empresa, o resultado obtido é cerca de 30% mais rápido do que as transmissões via cabos de fibra óptica. De acordo com o presidente da Amazon Brasil, Daniel Mazini, a expectativa é de que essa conexão também esteja disponível no Brasil quando for lançada oficialmente. A previsão é de que ao menos metade dos 3.236 satélites do projeto já estejam em órbita até julho de 2026.
“Os dois satélites estão estáveis em órbita, captando energia do Sol e se comunicando através de todas as ligações da Terra ao espaço e do espaço à Terra. Já estamos aprendendo muito com esta missão que ajudará a melhorar ainda mais nossos sistemas de produção, e a equipe deve estar muito orgulhosa deste marco”, afirmou Rajeev Badyal, vice-presidente de tecnologia do Projeto Kuiper.
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Agora, a multinacional deverá testar a comunicação de dados fim-a-fim (do terminal do cliente até a internet). Segundo a Amazon, isso envolve o roteamento de dados da internet por meio da rede terrestre integrada à Amazon Web Services (AWS). A previsão é de que essa fase seja iniciada no segundo semestre deste ano.
“É muito encorajador ver esta rede avançada começar a se unir. Estamos entusiasmados com o progresso que está sendo feito e com a nossa oportunidade de ajudar a conectar comunidades carentes e não atendidas em todo o mundo”, completou Badyal.
As ofertas serão realizadas aos clientes em diferentes formatos. No modelo ultracompacto, estará disponível uma velocidade de downlink de até 100 megabits por segundo (Mbps). Já o modelo padrão oferecerá até 400 Mbps, enquanto o modelo destinado a grupos empresariais, governamentais e de telecomunicações deverá oferecer até 1 gigabit por segundo.
Por enquanto, o custo para os consumidores ainda não foi definido pela empresa.
*A repórter viajou a convite da empresa.