Twitter com Elon Musk; veja 10 coisas que mudaram desde que bilionário comprou a rede social
Demissões, Twitter Blue, fim dos verificados, surgimento de rivais e muitas polêmicas
Em abril do ano passado, o bilionário Elon Musk fez a primeira publicação no Twitter revelando interesse na compra da rede social. Entre idas e vindas, em outubro, o dono da Tesla fechou a aquisição, porém, em entrevista recente ao jornalista James Clayton da BBC, Musk revelou que só concluiu o negócio porque achou que seria obrigado pela justiça estadunidense. Para tentar recuperar o dinheiro perdido - US$ 44 bilhões (aproximadamente R$ 246 bilhões, na época) - o empresário vem realizando mudanças drásticas na plataforma.
O curioso é que nem sempre essas mudanças podem ser consideradas estratégicas ou permanentes. Isso porque Musk tem um gosto peculiar para polêmicas e costuma realizar modificações a depender do humor ou da discussão que crie entre seus seguidores. O blog de Tecnologia e Games separou algumas das transformações da plataforma que rolaram ao desde que o bilionário assumiu o comando.
O que rolou com o Twitter no último ano
Demissões - Logo de cara Elon Musk demitiu 50% dos funcionários do Twitter de forma aleatória. Os desligamentos envolveram tanto diretores do alto escalão como funcionários de suporte, entre outras áreas essenciais. Em um primeiro momento, o bilionário chegou a pedir que alguns nomes retornassem ao trabalho, mas outra grande parcela de engenheiros pediu demissão em seguida,
Fim do Twitter from iPhone/Android - Talvez você nunca tenha reparado, mas antes de Elon Musk assumir o Twitter era possível saber de qual sistema operacional um usuário tinha publicado conteúdos na plataforma. Porém, a informação sumiu logo após os usuários da plataforma apontarem certa incoerência e fazerem piadas com o CEO por criticar a Apple, digitando de um iPhone. Logo após esse "incidente" Musk disse aos seus seguidores que ter a informação ali não era importante para o uso da plataforma.
A volta dos exilados - Uma das maiores expectativas em relação a Musk e sua ascensão ao Twitter era se ele traria de volta personalidades que haviam sido banidas da plataforma. Com a prerrogativa de que seria a favor da liberdade de expressão, o empresário decidiu devolver as contas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do cantor Kayne West, ambos expulsos da rede sociais acusados de disseminar discursos de ódio. O cantor, no entanto, teve sua conta novamente retirada da plataforma pelos mesmos motivos de seu banimento anterior.
Exclusão de jornalistas - Um ponto que levantou a fúria da comunidade internacional, gerando críticas até mesmo entre os seguidores de Elon Musk, foi quando jornalistas da mídia internacional tiveram suas contas banidas da plataforma. Na época, o dono da Tesla acusou os profissionais da CNN, The New York Times, Washington Post, entre outros, de estarem tentando revelar a sua localização ao compartilhar tweets da conta ElonJet, que rastreava o jatinho do bilionário. O banimento não pegou bem e, mesmo sem dar explicações convincentes, os repórteres conseguiram ter suas contas restauradas dias depois.
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Aumento dos caracteres - Nem só de mudanças polêmicas se fez a gestão de Elon Musk no Twitter. Entre as novidades, está o aumento do número de caracteres disponível para uma publicação na plataforma. Assinantes do Twitter Blue, o serviço pago da rede social, podem publicar mensagens com até 10 mil caracteres, enquanto os usuários comuns, permanecem com 280. Anteriormente, a plataforma havia liberado um aumento para 4 mil toques, mas parece querer implementar outras formatações, como a possibilidade de usar negrito e itálico ao escrever na rede.
A confusão dos selos - Uma das mudanças mais arrastadas do Twitter, com certeza, tem a ver com os selos de verificação. Um mês após a compra da plataforma, Musk defendia o pagamento do selo de verificado como uma alternativa para fazer a rede social dar lucro. Porém, até chegar ao formato que está hoje, rolaram muitas confusões. Tivemos o selo cinza, que confundiu usuários e foi logo retirado do ar, então vieram tas três cores diferentes de selo, que dividem usuários entre governo e intuições públicas (cinza), empresas (dourado) e pessoas "comuns"(azul).
Vale ressaltar que, não é mais possível ser verificado na plataforma por ser uma pessoa notória, ou influente de alguma forma. Quem conquistou o selo azulzinho na era pré-Musk pode mantê-lo, porém, novos usuários com o carimbo precisam pagar para serem reconhecidos na rede.
Twitter Blue - E já que estamos falando nele, um dos maiores investimentos de Musk no Twitter foi em colocar para o mercado as assinaturas do Twitter Blue. No Brasil, o plano varia de R$ 36,47 ou R$ 42 mensais, para quem assinar o plano anual da plataforma e passou a integrar coisas que antes eram gratuitas, como as enquetes. Entre os benefícios que a assinatura oferece estão, além do selo, a possibilidade de editar tweets, fazer upload de vídeos de 1080p, ter um leitor, navegação personalizada, pastas de itens salvos, além de ter suas publicações priorizadas na timeline. Vídeos longos e menos anúncios também fazem parte das vantagens do Twitter Blue.
Fim da assessoria do Twitter no Brasil e o e-mail de cocô - Com a demissão de 50% de seus funcionários e 80% dos que eram empregados em companhias terceirizadas, a rede social perdeu também a capacidade de entregar conteúdos do jeito que estávamos acostumados. O Brasil foi um dos grandes afetados pelos desligamentos na companhia e aqui a empresa não conta mais com um canal para atender a imprensa. Não é mistério para ninguém o desprezo que Elon Musk para com jornalistas. Atualmente, ao tentar enviar um e-mail para o Twitter, tentando conseguir uma resposta sobre algum assunto relacionado à plataforma, você receberá um e-mail automático com emoji de cocô como resposta.
Mais Musk para todos - Em fevereiro, um relatório divulgado pelo site Platformer revelou que Elon Musk mexeu seus pauzinhos, ou melhor, os algoritmos do Twitter, para que mais usuários vissem suas publicações, na aba "Para você". O bilionário estaria descontente com seu alcance, mas acabou aparecendo demais até para quem não seguia sua conta. O resultado, foram vários perfis reclamando de estarem vendo coisas que não pediram e fazendo chacota com a necessidade de atenção do bilionário.
Fim da curadoria - Por fim, a talvez mais triste mudança foi o fim do Moments e da equipe de curadoria do Twitter. Aba de momentos reunia os assuntos mais relevantes de interesse do usuário e podia ser personalizada - ficando mais fácil acompanhar o que estava acontecendo no mundo. Já a equipe de curadoria de conteúdo foi, provavelmente, toda demitida quando o bilionário assumiu as rédeas da plataforma. Ela era responsável por explicar o motivo de alguns termos estarem em alta, ou fazer resumos sobre eventos importantes daquele período. Sem isso, os tweets compartilhados na rede ficam bagunçados e, na maioria das vezes, sem explicação.
Se não o Twitter, quem?
O sucateamento da plataforma é tão latente, que despertou em quem sente falta do “velho Twitter”, o desejo de buscar por outras alternativas de microblogs, que reproduzissem a sensação pré-Musk. O cenário que encontramos, porém, causa um misto de sensações. Não faltam candidatos, mas nenhum deles parece preencher o vazio deixado pelas facilidades que a rede proporcionava.
Mastodon, Koo e até a embrionária P92 - promessa da Meta para competir com o Twitter. Talvez aquele que chegue mais perto de suprir a familiaridade da ferramenta é o BlueSky, aplicativo semelhante ao passarinho azul, criado pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey. A rede porém, permanece em estágio embrionário - em fase de testes - disponível para poucos usuários, que só podem adentrar em seu universo com convite. Mas, se bem lapidadas, podem valer mais a pena que a fase atual do passarinho azul.