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Uso da Inteligência Artificial na educação em debate

Capital pernambucana recebe evento internacional para discutir o tema 

Uso da inteligência artificial na educação - Pexels/Reprodução

Responsável por trazer uma profunda modificação para diversos setores, a inteligência artificial também possui grande potencial de uso na educação. Com tecnologias que podem auxiliar a detectar carências dos alunos, possibilidade de evasão escolar e outras questões educacionais, as ferramentas podem ter grande usabilidade no cenário escolar. 

Com foco no debate das possibilidades disponíveis e do uso ético da tecnologia, uma conferência internacional será realizada no Recife a partir desta segunda-feira (8). Chegando em sua 25ª edição, primeira delas na América Latina, a International Conference on Artificial Intelligence in Education (AIED) reunirá mais de 400 pesquisadores internacionais. 

O evento acontecerá até a sexta-feira (12) na CESAR School. Neste ano, a conferência terá como tema “IA na Educação para um Mundo em Transição” e também deverá discutir o desenvolvimento de novas tecnologias e o seu alinhamento com políticas educacionais.

De acordo com o pesquisador do CESAR e um dos organizadores locais do evento, Rafael Ferreira Mello, o objetivo é de que neste ano a conferência integre o seu lado acadêmico com o cenário de inovação que está em constante evolução no Recife.

“Vamos contar com especialistas de diversos setores, pessoas da indústria, da academia e do terceiro setor discutindo as principais tendências na área de educação e como ela pode ser uma ferramenta super útil para um ensino mais personalizado. Também queremos falar das questões éticas que estão em torno da tecnologia, trazendo referências práticas de como ela está sendo utilizada em diversos países”, observou Rafael.

POSSIBILIDADES DE USO
Segundo Rafael, a inteligência artificial já está presente no setor da educação e tem sido utilizada inclusive, para o desenvolvimento de políticas governamentais. No entanto, seu uso não conta com um alinhamento definido no país, ponto que também será debatido na conferência.

Uma das ferramentas já disponíveis auxilia a detectar se o aluno vai evadir, por exemplo. De acordo com o pesquisador do CESAR, o objetivo não é que a tecnologia tome decisões por si própria. A intenção é de que ela seja usada para direcionar o professor e as definições que, em sua ponta, devem ser tomadas por uma pessoa. 

“Por exemplo, nos últimos anos o Ministério da Educação tem investido muito muito em trazer a IA para dar o suporte à rede pública de ensino. Foi justamente esse projeto para detectar a evasão que culminou na política do Pé-de-Meia onde os alunos recebem incentivos financeiros para que concluam o ensino médio”, relatou Rafael.

Outra possibilidade de uso é na identificação de carências educacionais. Para tal, a ferramenta é capaz de analisar falhas dos alunos e aponta para o professor ou gestor quais competências devem ser mais trabalhadas. 

DIRETRIZ É ESSENCIAL
No entanto, um dos gargalos para o uso das ferramentas é a falta de um direcionamento que seja responsável por guiar os gestores educacionais nesse desafio. Atualmente, o Brasil não conta com uma regulamentação que defina os potenciais de uso e implicações da presença da inteligência artificial. 

“Falta uma conexão entre as iniciativas que já existem porque algumas estão associadas a universidades públicas, outras estão disponíveis em instituições privadas e não existe uma linha clara de onde o investimento deve ser realizado ou uma definição de quais ferramentas são mais úteis e aplicáveis”, observou Rafael. 

Para auxiliar nesse debate, o evento contará com a presença de painelistas internacionais que trarão informações sobre o uso da inteligência artificial na educação em outros países. “Dividimos em uma palestra focada no governo, outra focada na academia e uma terceira focada na indústria”, encerrou Rafael.

Quem desejar conferir mais detalhes sobre o evento poderá consultar o site https://aied2024.cesar.school/home para obter mais informações. 
 

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