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Pesquisa releva que elogios e reconhecimento são considerados maiores que o salário para a felicidade no trabalho

Trabalho faz um recorte sobre assédio no trabalho e mostra que 62% das mulheres já se sentiram assediados no trabalho

A Consultoria A/C Aos Cuidados; o Risposta, maior plataforma de dados de experiência do cliente no food service do Brasil; e a Livre de Assédio, startup reconhecida por seus protocolos contra a violência de gênero, realizaram no Bar Convent Brasil, em São Paulo, uma pesquisa inédita no Brasil que fornece uma visão sobre os perfis dos profissionais de bares e traz percepções sobre o setor de coquetelaria no Brasil. A pesquisa revela que 76% dos respondentes sabem como denunciar casos de assédio ou discriminação, mas 44% já se sentiram assediados no trabalho, especialmente mulheres (62%).

"Este é um ponto crítico que requer atenção urgente dos gestores, pois é necessário dar luz a problemas como estes e, mais do que isso, estar em conformidade com a lei, educando e intensificando treinamentos sobre como agir em determinadas situações", comenta Ana Addobbati, fundadora da Livre de Assédio.

A pesquisa indica que 31% dos respondentes masculinos relataram já terem sido assediados, enquanto que 62% dos participantes femininos já indicaram passar por situações dessa natureza. Este dado mostra uma disparidade significativa, indicando que mulheres e pessoas de gênero não-binário são mais propensas a enfrentar assédio no ambiente de trabalho. Isso pode ser atribuído a situações de vulnerabilidade e desequilíbrio de poder, onde esses grupos são mais frequentemente alvo de comportamento inapropriado.

Outro dado interessante apontado na pesquisa é com relação a satisfação com o monitoramento de reclamações por idade. Dentre os respondentes de 19 a 30 anos, 52% são promotores, sugerindo maior satisfação com o monitoramento de reclamações. Já com os respondentes de 31 a 45 anos, 44% são detratores, indicando uma maior insatisfação com o monitoramento de reclamações em comparação com os mais jovens (23%). 

"Em 2024, o tema assédio foi pautado pela primeira vez na pesquisa realizada no BCB Convent, um dos maiores eventos do segmento de bares e bebidas no mundo. Esses dados sugerem que os profissionais mais experientes podem ter expectativas mais altas ou terem enfrentado mais desafios relacionados à resolução de reclamações. Esses indicativos reforçam outro grande desafio dos gestores, que precisam atender às diferentes necessidades de cada faixa etária", explica Gustavo Lima, CEO do Risposta.

Quando fazemos um recorte voltado para a questão de políticas de assédio e conhecimento das leis, 60% das empresas abordam o tema do assédio com políticas ou palestras, e 67% dos funcionários conhecem as leis que os protegem. No entanto, há uma necessidade contínua de educação e implementação rigorosa dessas políticas, já que 33% dos funcionários ainda não têm tal conhecimento. Por fim, a pesquisa indica que tratamento e respeito da liderança são os fatores mais importantes para a felicidade no trabalho (48%).

"Para se ter uma ideia, quando falamos de felicidade no trabalho, os elogios e reconhecimento são fatores considerados maiores que o salário para a felicidade do funcionário. Ou seja, é preciso ter um olhar atento e entender que gestão de pessoas e qualidade de vida são mais importantes em um ambiente corporativo", finaliza Carolina Oda, fundadora da A/C Aos Cuidados.

Os participantes da pesquisa foram majoritariamente do sexo masculino (60%), com uma faixa etária predominante entre 19 e 30 anos (54%). A escolaridade variou principalmente entre ensino médio completo (33%) e superior incompleto (26%) e a faixa salarial mais comum foi entre R$ 2,6 mil e R$ 6,5 mil (56%).

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