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Adaptação mexicana de “A Garota da Limpeza” faz jus ao original na HBO

Atriz Damayanti Quintanar interpreta Rosa em "A Garota que Limpa" - Reprodução/HBO

Junho é o mês de novidades para assinantes HBO. Quem acompanha as notícias já deve saber que a WarnerMedia pretende lançar a HBO Max no próximo dia 29 de junho, substituindo o streaming HBO Go. A mudança traz infinitas opções de conteúdo e regalias para seus consumidores, entre séries originais e grandes produções clássicas e estrangeiras, como é o caso da adaptação mexicana “A Garota da Limpeza”. A coluna Uma Série de Coisas assistiu aos dois primeiros episódios do thriller e conta as primeiras impressões. 

Interpretada por Damayanti Quintanar, Rosa é uma mãe trabalhadora disposta a conseguir o dinheiro necessário para que seu filho – que sofre de cardiopatia congênita – possa ter o tratamento que precisa. A doença pode ser resolvida com cirurgia nos Estados Unidos e, para conseguir a quantia dos vistos e operação, Rosa topa dobrar o tempo de trabalho, fazer hora extra e acumular suas demandas em dois empregos: em uma fábrica de produtos químicos e outro como funcionária da limpeza na casa dos Valladares, a família mais rica da cidade.

Com estreia marcada para o dia 20 de junho no canal da HBO e no dia 29 na nova plataforma, HBO Max, “A Garota da Limpeza” é uma adaptação do seriado argentino de mesmo nome, criado em 2017 por Paola Suárez, Lucas Combina, Greta Molas e Irene Guissara.

Patrões abusivos e máfia

A vida de Rosa nunca foi fácil, mas o destino também não ajudou muito. Disposta a qualquer coisa para conseguir a cirurgia que seu filho precisa, ela se vê “engolindo sapos” para manter a fonte de renda. Sua patroa rica e exploradora, Sonia, não sabe a definição de direitos trabalhistas. Rosa, por necessidade, sede aos caprichos. Ao fim de um evento dado pelos Valladares, a protagonista acaba encontrando o corpo de uma modelo morta no banheiro. 

O primeiro impulso é fugir, mas ela não está sozinha ali. Um homem com o dobro do seu tamanho está apontando uma arma, provavelmente o assassino. Pela lógica, ela seria a próxima vítima, lugar errado na hora errada. Mas Rosa é forte e engenhosa, diz que pode limpar tudo dando ênfase na qualidade de seu trabalho. 

Estabelece-se um padrão: ela limpa sempre que for solicitada, sem fazer perguntas. No final haverá sempre um pagamento. Sua obsessão por limpeza é sua arma, o dinheiro vem no momento chave de sua vida. É assim que “A Garota da Limpeza” ambienta o público, com trama envolvente e cheia de viradas, a produção lança o velho dilema de torcer pela personagem ainda que ela esteja cometendo um crime.

Possíveis gatilhos

Alguns alertas são válidos. Fora do arco principal também há crimes que podem estar ligados à máfia que solicita o trabalho de Rosa. Dois garotos estupram uma jovem enquanto a filmam, a cena não é gráfica, mas incomoda. A polícia parece investigar a maioria dos casos que o público acompanha pela ótica da protagonista. 

O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) de Rosa, na série, é apresentado como algo a seu favor. Quanto mais ela limpa, mas êxito tem em tirar manchas de sangue. Na vida real, a qualidade de vida de alguém com esse tipo de condição é bem difícil. Por esse ângulo, a série caminha em uma linha tênue entre a romantização do diagnóstico e a releitura artística. 

No mais, “A Garota da Limpeza” tem grande potencial de liderar a audiência nas primeiras semanas de seu lançamento. Prende a atenção e não possibilita o público de assistir apenas um episódio. É maratona certa. Olha o trailer:

*Fernando Martins é jornalista, escritor e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Acesse o Portal, Podcast e redes sociais do Uma Série de Coisas neste link

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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