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‘Castle Rock’: Assistir séries sem ler a sinopse pode ser ‘eita atrás de eita’

O ator Bill Skargard interpreta um jovem misterioso em série baseada nas obras de Stephen King - Reprodução

Vocês já cansaram de ficar procurando filme ou série nos serviços de streaming e resolveram simplesmente clicar no play em qualquer coisa e ver no que vai dar? É um risco que se corre. Pode ser que a pessoa acabe com aquela sensação de tempo perdido, por não ter gostado do que viu. Mas o método também pode render boas surpresas. Alguns dias atrás resolvi encarar minha enorme lista de “séries para ver depois”, mas que nunca o faço, e tive uma ótima experiência. A coluna desta sexta-feira (15) será uma forma diferente de indicar “Castle Rock”, destacando os sobressaltos que tive enquanto assistia aos episódios.

Como simpatizante do gênero de terror e suspense, o único fato que soube sobre a série para despertar o mínimo de interesse em assistir foi que a história era baseada em obras e personagens de Stephen King, escritor que é referência quando o assunto é sobrenatural, ficção científica e tramas macabras. Depois de muito procrastinar, finalmente dei início ao piloto. Nos primeiros segundos, a primeira exclamação já apareceu em minha mente.

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Na cor vermelho-vivo destacando do fundo preto, Hulu apareceu como responsável pela produção. Dificilmente esperei me decepcionar com “Castle Rock” após essa informação. O streaming tem produzido grandes séries e ganhado espaço entre as principais premiações da TV ao lado da concorrente Netflix. O maior exemplo é “The Handmaid’s Tale”, recentemente adicionada ao catálogo da Globoplay. A trama das aias já ganhou 19 estatuetas, em diversas ocasiões, entre categorias como Melhor Série de Drama, Melhor Atriz e Melhor Roteiro. A minissérie “The Looming Tower” é outro exemplo da Hulu que esteve indicado ao Emmy do ano passado e que vale a pena conferir.

Outra surpresa interessante foi a referência em outras obras da literatura de King contidas na série. No primeiro momento, pensei que “Castle Rock” fosse uma adaptação direta de um de seus livros, mas me enganei. A trama é original, construída no intuito de reunir elementos dos mundos criados por Stephen, mas sem focar inteiramente em nenhum deles.

Tudo começa quando um jovem rapaz é encontrado numa espécie de jaula, dentro de um local abandonado no presídio de Shawshank. Ele estava sendo mantido ali secretamente, longe de funcionários e de outros detentos, pelo diretor da instituição, que se mata no início da história. A cidade fictícia de Castle Rock é um local onde tragédias e coisas estranhas sempre acontecem nas histórias de Stephen King, dando brecha para trabalhar qualquer viés da obra do escritor, como a própria prisão, vista pela primeira vez no filme “Um Sonho de Liberdade” (1995). Casos como o de “Cujo” e o estrangulador de “The Dead Zone” também é citado durante os episódios. Veja o trailer:



O próximo “eita!” foi com a escolha do elenco. É de se esperar que uma série em que Stephen King e J. J. Abrams são parceiros possa ter um aproveitamento de atores que já estiveram em suas produções. Embora não tenha participado do remake de “It – A Coisa” (2017), King parece ter gostado do Pennywhise interpretado por Bill Skargard (Hemlock Grove). É ele quem dá vida ao jovem mantido em cárcere secreto em “Castle Rock”. A escolha do ator é inteligente. Skargard possui, naturalmente, uma fisionomia atípica e específica, ótima para estampar o medo em seus personagens. Diferente de It, onde a icônica maquiagem do palhaço assassino deixa tudo mais intimidador, na série, despedido de qualquer máscara, seu rosto alongado não precisa de palavras ou risadas maléficas para causar arrepios, deixando este trabalho apenas para seu olhar fixo.

Terry O'Quinn foi a contribuição de Abrams para o elenco. O ator ficou conhecido na série “Lost”, produzida por J. J. A voz de Terry dá o tom da narrativa em alguns momentos de “Castle Rock”, que interpreta o diretor da penitenciária. A atriz Frances Conroy, de “A Sete Palmos” e “American Horror Story”, interpreta a esposa cega do personagem de Terry. Ambos estão ótimos em seus papéis.

Quando a trama se desenrola e os personagens são apresentados, só resta apreciar a série e tentar desvendar os mistérios propostos durante os episódios. Uma dose de lentidão pode incomodar o público mais ávido por respostas, mas é necessário para o aprofundamento dos personagens, um dos pontos positivos da história. “Castle Rock” é uma boa escolha para quem adora um suspense psicológico. A fotografia faz jus ao gênero, aqui vista em tons frios e bem escuros.

A série é uma antologia. Significa dizer que cada temporada será uma história nova. A Hulu renovou o terror para a segunda temporada. Embora sem data de estreia, tudo indica que os novos episódios cheguem ainda em 2019. A primeira temporada, com 10 episódios, pode ser vista pelo streaming da Hulu.

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Fernando começou a assistir a séries de TV e streaming em 2009 e nunca mais parou. Atualmente ele acompanha mais de 200 produções e já assistiu mais de 6 mil episódios. A série mais assistida - a favorita - é 'Grey's Anatomy', à qual ele reassiste com qualquer pessoa que esteja disposta a começar uma maratona. Facebook: Uma série de Coisas. Instagram: @umaseriedecoisas. Twitter: @seriedecoisas_ Portal: Uma Série de Coisas.

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