Conheça a história real que inspirou a minissérie “Bem-vindos à Vizinhança”

Série tem grande elenco e está disponível na Netflix

Família é atormentada por desconhecido em minissérie "Bem-vindos à Vizinhança" - Divulgação

“Bem-vindos à Vizinhança” é o novo suspense que estreou na Netflix. A dupla de criadores, Ryan Murphy e Ian Brennan, também são responsáveis por “Dahmer: Um Canibal Americano”, lançada pela mesma plataforma. Ambas são baseadas em histórias reais e atraíram o público pelos fatos macabros. A mais recente conta como a família Brannock passou de viver um sonho na casa nova para o pesadelo de serem perseguidos por um estranho.

Na ficção

A família Brannock compra uma casa dos sonhos em Westfield e, após a mudança, começam a receber cartas macabras com ameaças para todos os membros da família – o pai Dean (Bobby Cannavale), a mãe Nora (Naomi Watts), a filha mais velha, Ellie (Isabel Gravitt), e o caçula Carter (Luke David).

Os escritos são assinados como “O Observador” e alguns vizinhos começam a parecer suspeitos. A começar pelo casal Mitch (Richard Kind) e Mo (Margo Martindale), que sentam no jardim para bisbilhotar a família nova. Além de Pearl Winslow (Mia Farrow) que compra briga com os novatos quando seu irmão esquizofrênico Jasper (Terry Kinney) é maltratado na residência dos Brannock. 

Na vida real

Como toda adaptação, algumas coisas foram mantidas de acordo com a realidade e outras foram adicionadas para a ficção. O casal Maria e Derek Broaddus comprou a casa em 2014, mas como o imóvel precisava de reforma, eles nunca chegaram a morar lá oficialmente, como na minissérie. A primeira carta do “Observador” chegou três dias após o início da obra.

Segundo a reportagem da New York Magazine de 2018, a primeira carta dizia: “Querido novo vizinho no 657 Boulevard, permita-me dar-lhe as boas-vindas ao bairro. O 657 Boulevard tem sido o assunto da minha família há décadas"; diz a primeira carta. "À medida que (o imóvel) se aproxima de seu 110º aniversário, fui encarregado de observar e aguardar sua vinda. Meu avô vigiava a casa na década de 1920 e meu pai na década de 1960. Agora é minha vez". 

O escrito também afirma que existe um segredo nas paredes da casa:

 "Você conhece a história da casa? Você sabe o que está dentro das paredes do 657 Boulevard? Por que você está aqui? Eu descobrirei".

 

Ainda que, nesse momento, a carta pareça ameaças vazias, ao longo do tempo elas foram ficando mais violentas e com mais informações sobre os novos moradores, como seus nomes, os nomes e a ordem de nascimento dos seus três filhos (na minissérie são dois), a rotina da família e juramentos de morte.

O casal Broaddus acionou a polícia local, um detetive particular e até o FBI, mas as investigações não levaram a lugar algum. Apenas um teste de DNA nas cartas confirmava que seu autor era, na verdade, uma mulher, nada mais que isso. Já os vizinhos esquisitos da minissérie também existem na vida real, foram investigados, mas nenhum deles teve qualquer ligação com o caso. 

Após seis meses de incertezas, a família decidiu vender a casa. No total, eles gastaram aproximadamente $ 1,3 milhões de dólares. Apenas em 2019 houve interesse de um comprador, que acabou levando o imóvel muito abaixo do preço esperado. Isso porque os Broaddus decidiram ser honestos e explicar o real motivo da venda para todos os possíveis compradores. A família compradora ficou com a casa porque não ligou para os últimos acontecimentos. Já a família Broaddus (que ainda moram na mesma cidade) não recebeu mais cartas e até hoje ninguém descobriu a identidade do “Observador”.

Curiosidade 

Em certo momento, a minissérie “Bem-vindos à Vizinhança” introduz um personagem chamado John Graff como um dos suspeitos por escrever as cartas. Acontece que, na vida real, ele também existe e cometeu crimes. 

John List matou a mãe, a esposa e os três filhos, na década de 1970. Ele fugiu para o Colorado e os corpos da família só foram encontrados um mês depois. List chegou a casar novamente, mas foi reconhecido por vizinhos e preso até sua morte em 2008.

*Fernando Martins é jornalista, escritor e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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