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'Dexter' retorna com a promessa de um final melhor; conseguiu?

Disponibilizada no Brasil pela Paramount+, série exibe seu último episódio neste domingo (9)

Michael C. Hall retorna na pele de Dexter Morgan para a minissérie "Dexter: New Blood" - Divulgação

Quando "Dexter" lançou seu último episódio em setembro de 2013, muitos fãs reprovaram o fim da história e do protagonista, amado por muitos ao longo das oito temporadas em que esteve presente. 

Não foi sem expectativa que o público recebeu a notícia de que Michael C. Hall voltaria a interpretar o anti-herói em um formato de minissérie de 10 episódios, com o objetivo de "começar do zero", segundo Clyde Phillips, um dos criadores, mas sem apagar a trajetória até aqui. O último episódio será exibido neste domingo (9) e chega logo depois no Brasil pela Paramount+. Mas deu tempo de cumprir o prometido?

Quando "Dexter: New Blood" começa, vemos que 10 anos se passaram desde que Dexter sumiu no mar e foi parar em uma cabana no meio da floresta. Dado como morto, o personagem passou os últimos anos tentando viver uma vida normal no frio do norte de Nova York, sem mortes e com uma nova identidade. Até arrumou uma namorada na polícia. Seu "Passageiro Sombrio" está adormecido, mas logo surgem oportunidades para que ele volte aos velhos hábitos. A partir daqui, spoilers significativos.

É interessante ver o protagonista em um ambiente diferente do que conhecemos. Anteriormente, Dexter vivia na ensolarada Miami, tons alaranjados sempre dominaram as cenas. Agora, tudo é mais sombrio e escuro, Dexter está mais velho, vive outra vida e isso é deixado claro nos mínimos detalhes. 

Arcos nostálgicos 

A minissérie está disposta a seguir seu próprio rumo e isso pode ser decepcionante para quem pensa que a produção pretende trazer todos os personagens de volta, esmiuçar cada crime cometido por Dexter e amarrar todas as pontas soltas. Nada disso acontece até então, porém os novos episódios flertam, sim, com elementos do enredo antigo. A morte de Rita (Julie Benz), por exemplo, traz profundidade para as motivações do protagonista, sem deixar de arrepiar os telespectadores com uma "nova ótica" do assassinato.

A presença de Debra (Jennifer Carpenter) e Batista (David Zayas) também resgatam a nostalgia, mas no segundo caso a motivação da presença do personagem tão longe de casa poderia ter sido melhor desenvolvida, a ocasião inteira soa forçada. Harrisson, que terminou a série em 2013 ainda criança, ressurge como um adolescente problemático. O jovem, agora interpretado por Jack Alcott, é um dos pilares do novo enredo. 

Novos rumos

Clyde Phillips, no entanto, não está disposto a se prender ao passado. A série aponta para o futuro, novos dilemas entram em jogo. Dexter quer se reconectar com seu filho perdido, mas um novo serial killer na cidade ameaça seu segredo e o personagem precisa decidir se vai filtrar sua identidade para o adolescente ou se ele aguenta a verdade. Em paralelo, seu Passageiro Sombrio é um problema ao mesmo tempo que sua nova namorada policial começa a desconfiar das verdadeiras intenções do anti-herói. Essa é a coluna vertebral dos novos episódios e, somente por isso, os fãs mais sedentos pelo passado podem se decepcionar. 

Talvez muitos julguem "Dexter: New Blood" como pouco criativa. De fato, os episódios navegaram pelos lugares comuns, sem tanta reviravolta. Porém, no que se propõe em deixar um legado melhor construído do que o final de 2013, o retorno se justifica e deveria ser recebido sem muita resistência.  

*Fernando Martins é jornalista, escritor e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Acesse o Portal, Podcast e redes sociais do Uma Série de Coisas neste link

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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