Entre pós-pandemia e ataque ao Capitólio, “The Morning Show” continua com boa qualidade narrativa

Da vida real ao drama ficcional, os novos episódios mantêm os espectadores ansiosos por mais

Alex (Jennifer Aniston) e Bradley (Reese Witherspoon) continuam a desafiar o corporativismo em "The Morning Show" - Divulgação/AppleTV+

Na sua terceira temporada, "The Morning Show" mantém sua posição como um espelho incisivo da sociedade contemporânea, costurando acontecimentos recentes da vida real com tramas que mantêm os espectadores ansiosos por mais. A série, que concluiu a nova temporada na última quarta-feira (8), já se destacou por abordar questões atuais, e continua com sua habilidade ímpar de incorporar os eventos mais recentes à sua narrativa, trazendo uma sensação de urgência e relevância à trama.

A terceira temporada é um tour de força narrativa que abraça acontecimentos recentes, desde o voo espacial de um bilionário até ataques de hackers e uma recriação impactante do tumulto no Capitólio americano. Essa fusão de eventos da vida real com dramas fictícios continua sendo um dos pontos mais fortes da produção, mantendo a série na vanguarda da representação da mídia moderna.

O pulso narrativo da temporada é amplificado pelo intrincado contexto das protagonistas. Alex Levy (Jennifer Aniston), agora não apenas uma âncora influente, mas também autora de sucesso, busca redefinir seu papel na UBA+ e enfrenta desafios que unem suas ambições profissionais com as complexidades do amor e da vulnerabilidade.

Enquanto isso, Bradley Jackson (Reese Witherspoon), agora liderando um programa noturno, enfrenta a persistente questão da honestidade no jornalismo - dilema que a personagem traz consigo desde a primeira temporada. O dilema de ser a guardiã da verdade em um mundo cheio de enganos é central para sua narrativa e traz uma camada à trama que é o grande estopim dos episódios finais.

Temas atuais em grande quantidade

A temporada é moldada por questões pós-pandêmicas, a invasão ao Capitólio e a iminente crise financeira e possível venda do conglomerado UBA. Esses elementos fornecem um pano de fundo rico que amplifica as tensões pessoais e profissionais dos personagens, mergulhando a narrativa em um turbilhão de dilemas éticos e morais.

Entretanto, a série não está isenta de leves falhas. Com a grande quantidade de temas trabalhos na temporada, personagens como Yanko (Nestor Carbonell) e Mia (Karen Pittman), que haviam conquistado destaque anteriormente, perdem parte do espaço na narrativa, uma escolha perceptível para o público.

“TMS” segue atrativa e instigante

Apesar desta ligeira bagunça na diversidade de temas, a terceira temporada consegue deixar para trás o espectro do apresentador assediador Mitch Kessler (Steve Carell), centrando-se em novos dramas e habilmente recriando momentos históricos recentes. A série equilibra habilmente sua natureza fictícia com a exploração autêntica de eventos que moldaram recentemente a sociedade americana.

"The Morning Show" continua sendo um farol de excelência na paisagem de séries, proporcionando um retrato interessante e contemporâneo do jornalismo e da mídia. Sua capacidade de mesclar acontecimentos reais com drama ficcional é um testemunho de sua qualidade narrativa, gerando uma experiência televisiva que mantém o público engajado e refletindo sobre o mundo ao seu redor.

*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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