Melhores séries de 2018: relembre os lançamentos mais viciantes deste ano
A televisão foi responsável pela estreia de boas produções em 2018. Com destaque entre as críticas e o público, as séries apresentaram personagens convincentes e histórias tocantes. A coluna Uma Série de Coisas desta sexta-feira (7) fez uma seleção das narrativas que chegaram este ano e alcançaram um bom desempenho de audiência e avaliações. Com exceção da “A Maldição da Residência Hill”, todas as séries comentadas aqui foram indicadas nas principais categorias do Globo de Ouro, confira a lista.
Para os amantes de séries curtas, as produções destacadas possuem até 10 episódios, algumas renovadas para outra temporada. Embora séries consagradas tenham tido uma ótima performance (The Handmand's Tale e The Good Place, por exemplo), a publicação de hoje limita-se aos lançamentos do ano. Ainda dá tempo de maratonar e terminar o ano atualizado! Confira os destaques.
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Melhor Série de Drama
“Pose”
Desenvolvida por Ryan Murphy (Glee e American Horror Story) para o canal FX, “Pose” é a primeira série com cinco atrizes transgênero no elenco — Mj Rodriguez, Dominique Jackson, Indya Moore, Angelica Ross e Hailie Sahar — e se destaca pela importância social que carrega ao longo dos episódios ambientados na década de oitenta, em Nova York, quando humaniza vozes até hoje vistas como pária, além de apontar a negligência da época em torno da epidemia do vírus HIV.
Quando o público é imerso na vida dos personagens e no universo dos desfiles e das danças vogue nas ballrooms de época, fica praticamente impossível não vincular-se emocionalmente a eles. Murphy cria um drama empático quando sai dos shows e plumas de travestis, transexuais e transformistas, para mostrar o dia-a-dia fora dos bailes, o humano por trás da arte. E, assim, tornar a dor e o preconceito em superação e afeto.
NÚMERO DE EPISÓDIOS: 08.
STATUS: renovada para segunda temporada.
DISPONÍVEL EM: canal de streaming FOX Premium e plataforma NOW.
Melhor Série de Terror
“A Maldição da Residência Hill”
Uma das séries que inovou uma receita que há tempos estava sendo replicada nas produções do gênero de terror é “A Maldição da Residência Hill”. Quem nunca adivinhou o desfecho de um filme em que um grupo de jovens ou uma família chegam pela primeira vez em uma casa antiga, muitas vezes sem nenhum vizinho por perto? Nesses casos é fácil adivinhar quem morre ou até mesmo como a história irá acabar: isso não acontece na Residência Hill.
Mesmo começando com o clichê de uma família se mudando para uma casa mal assombrada, a série vai além do esperado, desenvolvendo a história dos personagens após todo o trauma vivido no local e como a infância sufocante refletiu no amadurecimento das crianças abaladas. A experiência do diretor Mike Flanagan (Jogo Perigoso e Hush: a Morte Ouve) administrando as técnicas de susto de forma inteligente é essencial para a história, principalmente quando desenvolve cenas em plano sequência, dando a sensação de que o telespectador está presente ao lado dos personagens, aumentando a tensão de quem assiste.
NÚMERO DE EPISÓDIOS: 10.
STATUS: aguardando renovação ou encerramento.
DISPONÍVEL EM: Netflix.
Melhor Série de Comédia
“Barry”
Um dos grandes acertos em “Barry” é a ousadia de somar drama e ação com um toque de comédia. É como tentar dar tons de humor em uma série como “Dexter”, por exemplo. Se a dúvida surgiu é certo afirmar que a tentativa funciona. Barry (Bill Hader) é um matador de aluguel. Quando ele se vê trabalhando em Los Angeles, surge o interesse pelo teatro. Ao ser sugado pelo mundo das peças e encenações, Barry se vê contracenando com seu alvo e começa a questionar se a vida de ator pode ser uma segunda alternativa em sua vida.
Se a dúvida sequer passou pela cabeça de Bill Hader na vida real, seu intérprete e também diretor da série, o sucesso da produção trouxe a resposta: além de várias indicações, “Barry” ganhou a estatueta de melhor ator em série de comédia no Emmy Awards deste ano para Bill e também premiou Henry Winkler como melhor ator coadjuvante em série de comédia.
NÚMERO DE EPISÓDIOS: 08.
STATUS: renovada para segunda temporada.
DISPONÍVEL EM: HBO GO.
Melhor Série de Streaming
“Homecoming”
Estreia de Julia Roberts em uma série de tv, “Homecoming” vai prender no sofá os amantes de filmes de suspense psicológico. A protagonista é uma psicóloga que trabalha em uma empresa que ajuda veteranos de guerra a voltar pra vida civil. Ela começa a suspeitar que algo na empresa está errado quando seu chefe demonstra indiferença em possíveis imprudências nas doses das medicações e no bem estar dos pacientes.
Logo no primeiro episódio a sensação que fica é que estamos em um filme de Hitchcock. Ainda que a história aconteça nos dias atuais, a trilha sonora leva o público de volta aos anos setenta. Os enquadramentos e cenas longas também deixam a narrativa mais clássica, principalmente quando o formato da tela muda para proporção de 1:1, acentuando uma sensação claustrofóbica, proposital da produção.
NÚMERO DE EPISÓDIOS: 10.
STATUS: aguardando renovação ou encerramento.
DISPONÍVEL EM: PrimeVideo.
Melhor Minissérie
“Sharp Objects”
Também no grupo de grandes estrelas do cinema atuando na TV, “Sharp Objects” tem Amy Adams (A Chegada) como protagonista. A série é uma adaptação do romance de Gillian Flynn (Garota Exemplar) e acompanha a vida de Camille Preaker, uma repórter que é enviada pelo editor do jornal em que trabalha para cobrir a história de duas jovens, uma brutalmente assassinada e outra desaparecida, em uma cidade chamada Wind Gap, no Missouri, lugar onde Camille nasceu e foi criada.
Como adaptação a série surpreende por ser (quase) fiel ao livro. Se você leu antes de assistir a série, será capaz de revisitar na mente quase todos os momentos literários proporcionado pelas páginas, nas telas. Já se você preferir assistir antes de ler pode perder um ou outro detalhe e isso pode prejudicar o entendimento final, já que a série não “mastiga” – embora exponha de maneira sutil – todos os porquês que a história lança, deixando o suficiente para que os telespectadores saibam o que aconteceu e perceba a solução do mistério sozinho. Mas esse ponto não é o bastante para classificar a produção com menos que “excelente”.
NÚMERO DE EPISÓDIOS: 08.
STATUS: finalizada.
DISPONÍVEL EM: HBO GO.
Melhor Série Estrangeira
“Killing Eve”
Na série britânica “Killing Eve”, novo projeto da atriz Sandra Oh (Grey’s Anatomy) para o canal BBC America, uma agente de operações de segurança se envolve em um caso perigoso ao se tornar a principal responsável pela captura de uma serial killer. Baseada nos contos do autor Luke Jennings, a série foi criada por Phoebe Waller-Bridge e vem colecionando críticas positivas em relação ao roteiro e atuação das protagonistas.
Com uma fotografia tímida (o uso de filtros cinza para expor uma cidade apagada e fria é um recurso bastante utilizado, mesmo em ambiente fechado), a série é quase inteiramente composta por mulheres determinadas e influentes. Como exemplo, o jogo de gato e rato entre Eve (Oh) e Villanelle (Jodie Comer), além da curiosidade quase velada que ambas vão desenvolvendo ao longo dos episódios prova que o sexo feminino pode interpretar a secretária de um detetive renomado, mas também pode – e deve – não somente ser a investigadora principal como a mente maligna por trás de um crime bárbaro. Veja a análise do primeiro episódio no blog Uma Série de Coisas.
NÚMERO DE EPISÓDIOS: 08.
STATUS: renovada para segunda temporada.
DISPONÍVEL EM: Globoplay.
Fernando começou a assistir a séries de TV e streaming em 2009 e nunca mais parou. Atualmente ele acompanha mais de 200 produções e já assistiu mais de 6 mil episódios. A série mais assistida - a favorita - é 'Grey's Anatomy', à qual ele reassiste com qualquer pessoa que esteja disposta a começar uma maratona. Facebook: Uma série de Coisas. Instagram: @umaseriedecoisas. Twitter: @seriedecoisas_ Blog: Uma Série de Coisas.
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