“No Escuro”: Jovem cega investiga crime em série tensa “escondida” na Globoplay

Série está finalizada e tem quatro temporadas na Globoplay

Perry Mattfeld interpreta Murphy Mason na série americana "No Escuro" - Divulgação

Nem só de lançamentos vive o público que gosta de um bom entretenimento. Há aqueles que preferem as séries menos conhecidas, fora do radar ou com poucas temporadas. Para quem está nessa classificação, “No Escuro” pode ser uma boa escolha na hora de escolher a próxima aventura.

Com quatro temporadas finalizadas, a série norte-americana de drama policial estreou em 2019 na CW e foi cancelada em 2021, mas isso não impediu que a produção concluísse o destino dos personagens e amarrassem as pontas soltas a tempo – nem sempre isso é possível na indústria televisiva. “No Escuro” está disponível na Globoplay.

Criada por Corinne Kingsbury e com Ben Stiller entre os produtores executivos, a série acompanha Murphy (Perry Mattfeld), uma jovem cega na casa dos vinte anos que leva uma vida intensa entre bebidas e paqueras, sem pensar nas consequências. Até que um trauma mudará sua rotina para sempre. Enquanto anda com seu cão-guia Pretzel, ela tropeça no que acredita ser o corpo sem vida do seu amigo, Tyson (Thamela Mpumlwana), em um beco escuro.

No entanto, quando a polícia chega, seu amigo não está mais lá. A partir daí, ela entra em uma teia de crimes e conspirações, determinada a descobrir o que aconteceu naquela noite.  

Elenco novo e competente

Apesar de não ter rostos conhecidos no elenco principal, “No Escuro” tem atores e atrizes que dão vida a personagens fáceis de cativar. Murphy, interpretada por Perry Mattfeld, é um furacão de problemas, mas de alguma maneira torcemos pela personagem. Seus amigos Felix (Morgan Krantz) e Jess (Brooke Markham) também são imperfeitos e igualmente divertidos de acompanhar.

Na medida em que os problemas crescem e a tensão ganha camadas mais drásticas, o trio evolui junto com as novas temporadas. 

A perspectiva da personagem

Colocar uma personagem com deficiência visual na história pode trazer dois movimentos: desconstruir um ponto de vista de que pessoas que não enxergam são incapazes de fazer certas coisas e usar o elemento visual como ameaça na construção da tensão. “No Escuro” faz os dois.

Claro que uma série de ficção pode exagerar aqui e ali, mas de maneira geral, Murphy, que está longe de ser um bom exemplo nas atitudes e escolhas de vida, mesmo não podendo enxergar, faz de tudo para que os outros enxerguem a verdade sobre as coisas.

A atriz que vive Murphy não é cega, mas quando conseguiu o papel teve consultoria com uma deficiente visual, acompanhando sua rotina e estudando tudo que ela fazia. Nos bastidores, a série conta com algumas pessoas cegas, já na trama, apenas a adolescente Chloe é interpretada por uma atriz cega, a Calle Watson

Tecnicamente, a série também repete fórmulas de outras produções com personagens cegos, como “O Homem nas Trevas” (2016) e “Os Olhos de Julia” (2010), mas isso não incomoda. Pelo contrário, a série poderia usar essas inspirações com menos timidez e maior frequência. 

“No Escuro” leva o público a várias sensações, desde a raiva até o carinho pelos personagens. Não é uma série teen, nem deve ser levada tão a sério, mas entre as medianas, ela é uma das melhores. Assista ao trailer:

*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.
*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.  

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