Novos casos de “Moradores Indesejados” revela horrores da vida compartilhada
Segunda temporada explora como a convivência doméstica pode transformar relacionamentos em tragédias
Na crescente popularidade das séries de true crime, a Netflix oferece a segunda temporada de “Moradores Indesejados”, uma série documental que aprofunda os conflitos extremos que emergem dentro das quatro paredes do lar compartilhado. A nova temporada, lançada recentemente, continua a dissecar casos sombrios onde a proximidade da convivência transforma a dinâmica doméstica em um campo minado de desconfiança, obsessão e, eventualmente, violência letal.
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Cada episódio apresenta uma narrativa única, todas elas conectadas pelo fio condutor do compartilhamento do espaço habitacional que leva a tragédias. Um exemplo da segunda temporada é o caso de Rachel e Janie, amigas cuja decisão de morar juntas se transformou em um pesadelo. Inicialmente, Janie mostrava um carinho quase maternal pelo filho de Rachel, mas sua obsessão gradualmente se intensificou. A relação, que começou como uma amizade saudável, rapidamente degenerou em uma espiral de possessividade e violência.
Caso viral
Um dos episódios que, talvez, seja o mais lembrado pelo público, é o caso de Michael Dudley, já que foi muito comentado, na época, nas redes sociais. Um vídeo viral no TikTok de jovens encontrando uma mala boiando na margem de uma praia em Seattle levou as autoridades a investigar Dudley, que havia oferecido abrigo a um jovem casal em sua casa, também em Seattle. Dentro da mala estavam os corpos de Jessica Lewis, de 35 anos, e Austin Wenner, de 27 anos. O desaparecimento misterioso dos inquilinos desencadeou uma investigação que expôs segredos sobre o dono da casa.
A direção de “Moradores Indesejados” opta por uma abordagem que evita o sensacionalismo e traz animações para encorpar a narrativa dos casos. A segunda temporada reforça a ideia de que a proximidade física pode ser tanto um terreno fértil para o apoio e a amizade quanto uma arena para o surgimento de conflitos mortais, quando feitos de maneira irresponsável.
Com cinco episódios na primeira temporada e quatro na segunda, a série documental é uma boa opção para amantes do gênero de true crime.
*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.
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