O assassinato de Betty Gore: conheça a história que inspirou minisséries na Star+ e HBO Max

Elizabeth Olsen e Jessica Biel vivem Candy Montgomery em caso emblemático do Texas

Em "Candy", da Star+, Melanie Lynskey (esquerda) interpreta Betty, enquanto Jessica Biel (direita) vive Candy - Reprodução

Betty Gore foi assassinada em 1980 em Wylie, Texas, nos Estados Unidos. O crime chocou a pequena cidade e ganhou destaque na mídia nacional. Betty foi morta com 41 golpes de machado em sua casa. A principal suspeita do crime era sua amiga, Candace Montgomery, que alegou ter agido em legítima defesa após uma discussão. O caso ainda é lembrado como um dos mais notórios da história do estado e inspirou minisséries como “Candy”, da Star+, e “Amor e Morte”, da HBO Max.

O julgamento de Candace foi um dos mais longos e caros da história do Texas, durando 17 semanas e custando mais de um milhão de dólares. Ela foi inocentada diante de um júri composto por nove mulheres e três homens, que aceitaram a alegação de legítima defesa. O caso ainda é lembrado até hoje e inspirou livros, documentários e minisséries.

O caso real

Candance Lynn Montgomery cresceu em um ambiente religioso, frequentando a Igreja Metodista com sua família. Ela construiu uma vida no Texas, onde viveu com o engenheiro eletrônico Pat Montgomery, com quem teve dois filhos. Além de dar aulas de religião, Candy também possuía uma empresa de decoração em parceria com uma amiga.

A proximidade entre os Montgomery e o casal Betty e Allan Gore foi se intensificando com o tempo, frequentando juntos a mesma igreja. Candy e Allan, no entanto, acabaram se envolvendo romanticamente. Foi durante um jogo de vôlei na quadra da igreja que eles sentiram uma forte atração pelo outro, iniciando uma relação extraconjugal.

Enquanto mantinha o caso com Candy, Allan teve uma segunda filha com sua esposa, Betty, que acabou desenvolvendo depressão pós-parto devido às suspeitas de traição. Para se dedicar ao casamento, Allan afastou-se de Candy.

Em junho de 1980, o corpo de Betty Gore foi encontrado com 41 machadadas, enquanto seu marido estava viajando a trabalho e sua filha mais velha estava na casa dos Montgomery. Candy tornou-se a principal suspeita do crime, já que deixou rastros no local do assassinato e o próprio Allan contou à polícia sobre o relacionamento entre os dois. Mesmo assim, Candy, que havia confessado a autoria do crime por legítima defesaa, foi considerada inocente pelo júri.

Adaptações que merecem atenção

Em 2021, "Candy" foi lançada e está disponível na Star+. Baseada no crime envolvendo Candy e Betty, a criminosa é interpretada por Jessica Biel (The Sinner). A produção explora a complexidade dos personagens e suas relações, desde o piloto, onde o foco está nas horas que sucedem o crime, como o desenrolar das motivações ao longo dos episódios seguintes. A narrativa é instigante e Biel está ótima no papel - a atriz costuma se envolver profundamente nos trabalhos que se propõe. 

Recentemente, outra minissérie foi lançada tendo como base a mesma história. Em “Amor e Morte”, da HBO Max, Candy é interpretada por Elizabeth Olsen (WandaVision) e conta com um elenco conhecido: Jesse Plemons (Breaking Bad) interpreta Allan Gore, Krysten Ritter (Jessica Jones) vive a amiga Sherry Cleckler, Lily Rabe (American Horror Story é Betty Gore, Patrick Fugit (Outcast) interpreta Pat Montgomery e Tom Pelphrey (Ozark) vive Don Crowder.

O elenco entrega uma qualidade de atuação sincrônica, todos se destacam à sua maneira. Olsen consegue mostrar um lado de Candy diferente de Biel, mas uma não se sobrepõe à outra. São adaptações que, ainda que falem do mesmo assunto e fato, trazem personalidades distintas e igualmente promissoras

Vale reconhecer, no entanto, que “Candy” (Star+) parece chegar mais perto da realidade no quesito figurino e maquiagem. Quando nos aprofundamos nas caracterizações e comparamos as duas produções com as personalidades da vida real, “Amor e Morte” parece ter investido mais no elenco de peso, mas esse ponto não apaga a qualidade das duas obras

Se a alternativa do público for a de optar por assistir apenas uma produção, com o argumento de que pode soar repetitivo, é seguro dizer que tanto “Candy” quanto “Amor e Morte” valem o play. Veja o trailer:

*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.
*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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