O que esperar de ‘Hanna’, nova série da Amazon Prime Video
Não é de hoje que filmes são adaptados para séries de TV. Longas como “Perfume: A História de um Assassino” (2001), “Hannibal” (2001) e “Psicose” (1960) são alguns exemplos que migraram do cinema para as telas da televisão. A série “Hanna”, recém-lançada pela Amazon Prime Video, serviço de streaming semelhante à Netflix, é a mais recente produção a entrar na lista, com o reaproveitamento da história do filme de mesmo nome, lançado em 2011 e protagonizado por Saoirse Ronan, Cate Blanchett e Eric Bana.
O enredo conta a história de uma garota – na série, interpretada por Esme Creed-Miles – que foi criada de maneira totalmente diferente das outras meninas da sua idade. Treinada pelo pai, um ex-agente da CIA, para se tornar uma assassina, a jovem começa a questionar seus atos enquanto precisa completar missões perigosas pela Europa. Tanto na série como no filme, a trama desenvolve dois segmentos: ação, no arco da agência em conflito com o pai que precisa proteger sua filha, e drama, quando o público acompanha o amadurecimento de uma adolescente solitária e excluída.
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Se você não viu o filme, a série pode ser uma boa opção para os amantes do gênero de ação e adrenalina. As histórias são semelhantes e atiçam a curiosidade de quem assiste. Já quem é fã do longa, pode encontrar certa decepção ao maratonar a versão seriada, podendo ser considerada apenas mais do mesmo. David Farr, co-roteirista do filme, também escreve a maioria dos episódios de “Hanna”, adicionando mais plot twist para a série, mas pecando no aprofundamento de personagens interessantes, como a jovem Sophie (Rhianne Barreto) e sua família. Há também uma dificuldade em agregar o lado da ação com o drama, deixando claro que quando vemos um gênero, o outro está apagado.
A atriz Esme Creed-Miles convence como Hanna, transmitindo a dose exata de curiosidade do mundo em que sua personagem não faz parte, ao mesmo tempo em que não expressa no rosto tudo que sente, uma herança de seu duro treinamento militar. A série também promoveu o reencontro dos astros Mireille Enos e Joel Kinnman. Ambos foram parceiros na – maravilhosa – série “The Kiling”, interpretando investigadores de uma delegacia em Seattle. Agora, porém, os colegas estão em lados opostos. Kinnman interpreta o pai de Hanna, Erik Heller. Já Enos é Marissa Wiegler, agente da CIA que tem o objetivo de mata-lo.
Há certa romantização na personalidade de Hanna, na série, que não foi abordada no filme. A protagonista do cinema é violenta e não pensa duas vezes em cortar a garganta de bandidos. Para a TV, a sensação que os episódios transmitem é que a produção quis adaptar o conteúdo abrangendo uma classificação indicativa maior, pois garante cenas com bombas e tiroteios, mas não choca na luta corpo a corpo entre ela e os vilões.
“Hanna” não surpreende, tão pouco decepciona, mas essa linha tênue pode ser perigosa caso a série almeje uma possível renovação. Com uma ponta solta deixada no final da primeira temporada, seria interessante que, para a segunda temporada, a narrativa se tornasse mais unificada, desenvolvendo melhor os conflitos dramáticos de Hanna somados com os problemas "de adulto" do pai.
HANNA
Número de temporadas: 01.
Episódios: 08.
Média de duração: 50min/ep.
Cotação: 3/5.
Fernando começou a assistir a séries de TV e streaming em 2009 e nunca mais parou. Atualmente ele acompanha mais de 200 produções e já assistiu mais de 6 mil episódios. A série mais assistida - a favorita - é 'Grey's Anatomy', à qual ele reassiste com qualquer pessoa que esteja disposta a começar uma maratona. Facebook: Uma série de Coisas. Instagram: @umaseriedecoisas. Twitter: @seriedecoisas_ Portal: Uma Série de Coisas.
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