“Orphan Black: Echoes”: Um eco do passado ou uma nova voz?
Spin-off de "Orphan Black" busca seu próprio caminho, mas esbarra em fórmulas já conhecidas
O universo de “Orphan Black” vai retornar aos holofotes com “Orphan Black: Echoes”, o novo spin-off que se diz explorar ainda mais o enredo complexo e intrigante das clones. A produção ainda não tem data de estreia no Brasil até a data de publicação desta coluna e está sendo exibida exclusivamente pela AMC, nos Estados Unidos. Para os fãs que aguardam, a pergunta que fica é: o derivado conseguirá trazer algo novo ou apenas repetirá as tramas já exploradas na série original?
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O legado de “Orphan Black”
A série original, “Orphan Black”, estrelada pela ótima Tatiana Maslany, foi um marco na televisão por sua abordagem única e complexa das histórias de clones. Com uma atuação premiada ao Emmy de Maslany, que interpretou múltiplas personagens com distinções sutis mas cruciais, a série conquistou uma base de fãs dedicada e recebeu aclamação crítica por sua narrativa e seus temas de identidade, ética científica e poder.
A premissa de “Orphan Black: Echoes”
Em “Orphan Black: Echoes”, somos apresentados a um novo grupo de personagens que vivem em um futuro próximo. A série segue os passos de Lucy, interpretada por Krysten Ritter (“Jessica Jones”, “Breaking Bad”), que se vê envolvida em uma conspiração relacionada a clones enquanto busca respostas sobre sua própria existência. A expectativa de explorar novos aspectos do universo dos clones é atraente, mas a execução inicial parece recair em padrões narrativos que já estavam se desgastando na série original.
Personagens conhecidos
O spin-off traz de volta alguns personagens do original, o que deve agradar os fãs de longa data. A atriz Keeley Hawes, por exemplo, interpreta a agora adulta Kira, filha da protagonista da série original, Sarah Manning (Maslany).
Na nova trama, ela é a Dra. Kira Manning, uma das principais envolvidas no desenvolvimento das cópias de Lucy (Ritter). Outros rostos conhecidos que marcam presença brevemente são os de Felix (Jordan Gavaris) e Delphine (Évelyne Brochu). Para destacar talentos novos, Amanda Fix e Avan Jogia completam as boas atuações.
Nova trama ou mais do mesmo?
Um dos principais desafios de “Orphan Black: Echoes” é se diferenciar suficientemente da série original. A busca incessante por respostas e a revelação de segredos sobre clones, embora interessantes, corre o risco de se tornar previsível se não forem introduzidos novos elementos ou perspectivas. A narrativa do spin-off precisa encontrar maneiras de surpreender o público e aprofundar os temas já explorados, sem parecer apenas um eco da série original.
“Orphan Black: Echoes” tem uma expectativa considerável a enfrentar. A série mostra potencial com seu elenco talentoso e sua conexão com o universo original, mas precisa urgentemente de inovações narrativas para evitar a sensação de déjà vu. Com uma estreia aguardada ainda sem data definida para o Brasil, resta aos interessados esperar que os episódios tragam a originalidade necessária para justificar sua existência como um derivado de relevância.
*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.
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