Quatro vezes em que personagens LGBTQIA+ foram inspirações na TV

Em "Pose", Elektra (Dominique Jackson) dá sermão depois de sofrer transfobia em um restaurante - Reprodução

Nas últimas semanas tem se falado muito sobre o projeto de lei 504, mas para quem nunca ouviu falar, aqui vai um resumo: o texto visa proibir a aparição de pessoas LGBTQIA+ ou qualquer família homoafetiva em publicidades no estado de São Paulo, afirmando ser uma “influência inadequada” para as crianças. Na última quarta-feira (28), após a emenda apresentada pela deputada Erica Malunguinho (PSOL-SP), a Assembleia Legislativa decidiu retirar a PL da pauta, que agora retorna para as comissões.

Ainda falta muito para que esse projeto seja pulverizado de vez e, pelo visto, precisamos dizer o óbvio. Apagar pessoas LGBTQIA+ de publicidades nada mais é do que negar sua existência. Também parece simples externar que a má influência está ligada ao caráter do ser humano – independente de raça, sexo ou classe social. Qual a orientação sexual, por exemplo, do casal acusado de espancar uma criança de 4 anos até a morte? Será que teremos uma PL sobre a má influência dos heteros na TV? Claro que não.

O audiovisual, assim como a publicidade, são artifícios poderosos que podem e devem ser usados para deixar o mundo naturalmente parecido com o que ele realmente é. Pensando nisso, a coluna Uma Série de Coisas desta semana separou alguns bons exemplos de personagens LGBTQIA+ que emocionaram o público com afeto, perdão, empatia, luta por direito, entre outros. Confira:

“Grey’s Anatomy”
Na quinta temporada da série médica, o pai de Callie Torres (Sara Ramírez) chega ao hospital e descobre que a filha não apenas se divorciou do marido como agora mantém um relacionamento sério com outra médica. Utilizando de argumentos da bíblia, ele discorda da filha, que rebate mostrando que também é possível usar as palavras ditas por Jesus para propagar amor.

“Glee”
Durante as aulas no colégio, Kurt Hummel (Chris Colfer), da série musical “Glee”, é vítima de bullying por ser gay. Ele é constantemente empurrado nos armários, derrubado no chão, entre outras agressões, principalmente por parte de outro aluno, Dave Karosfky (Max Adler). 

Mais tarde, é revelado que Dave também é gay e travava uma luta pessoal intensa, já que não aceitava quem era de verdade. Em uma das cenas mais bonitas da série, Kurt perdoa o colega e estende a mão em solidariedade. 

“Pose”
A série com o maior número de personagens (e elenco) transexuais fala por si mesma, mas não poderia deixar de fora desta lista a ocasião em que Elektra (Dominique Jackson), Lulu (Hailie Sahar) e Angel (Indya Moore) estão se divertindo em um restaurante quando são interrompidas por uma mulher cisgênero que diz para elas falarem mais baixo, além de verbalizar frases bastante transfóbicas.  

“Sense8”
Para concluir, a mensagem de força e coragem de Nomi Marks (Jaime Clayton) é algo que vai ficar marcado para quem assistiu “Sense8”. Em conversa com Lito (), ela conta como sua infância foi dura, o desconforto com seu corpo e o bullying que sofreu quando criança. Depois que se entendeu como uma pessoa trans, Nomi percebeu que “a verdadeira violência é a que fazemos quando temos medo de ser quem realmente somos”. 

*Fernando Martins é jornalista, escritor e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Acesse o Portal, Podcast e redes sociais do Uma Série de Coisas neste link

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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