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Recapitulando a primeira temporada de “Ruptura”

Série da AppleTV+ retorna com a segunda temporada na próxima sexta (17)

Adam Scott interpreta Mark Scout, protagonista em "Ruptura" - Divulgação

Aclamada pela crítica, “Ruptura” (Severance), da AppleTV+, é uma das obras mais bem desenvolvidas da ficção científica atualmente. Criada por Dan Erickson, com direção de Ben Stiller e Aoife McArdle, a série explora a desconexão entre a vida pessoal e profissional, mergulhando nas implicações éticas e psicológicas de um mundo onde memórias podem ser fragmentadas. 

A trama acompanha Mark Scout (Adam Scott), um funcionário da corporação Lumon, que decide passar pelo procedimento de ruptura, separando completamente suas lembranças de trabalho e vida pessoal. O resultado é uma narrativa tensa e misteriosa em um ambiente claustrofóbico e opressor. O final abrupto da primeira temporada deixa perguntas cruciais para a segunda, que estreia em 17 de janeiro.

A seguir, confira um resumo da primeira temporada (contém spoilers):

O universo de Ruptura

A rotina no departamento de Refinamento de Macrodados é perturbadoramente banal, basicamente separando números em uma tela. Após o desaparecimento de um funcionário chamado Petey (Yul Vazquez), seu colega e amigo, Mark (Scott), assume a liderança do grupo e é encarregado de treinar Helly (Britt Lower), a nova contratada. 

Desorientada ao descobrir que passou pelo procedimento de ruptura, Helly tenta de todas as formas abandonar o emprego. Suas tentativas de fuga, no entanto, são bloqueadas por um sistema autoritário que inclui a temida “sala de descanso”, um espaço de tortura psicológica onde pedidos de desculpa são repetidos exaustivamente.  

Enquanto isso, a vida fora da Lumon não oferece refúgio emocional para Mark, que ainda lida com o luto pela morte de sua esposa. O mistério fica ainda mais complexo quando descobrimos que sua vizinha é, na verdade, Harmony Cobel (Patricia Arquette), sua chefe da Lumon, que o monitora de perto sem que ele saiba.

Segredos da Lumon

Conforme os funcionários da Lumon exploram os limites do ambiente de trabalho, a série revela a profunda manipulação da empresa. A Lumon glorifica o fundador da empresa, Kier Eagan, em uma narrativa quase religiosa. Mark encontra alívio no livro de seu cunhado, Ricken (Michael Chernus), cujas ideias desafiadoras o levam a questionar o propósito do trabalho e as intenções reais da corporação.

A relação entre departamentos da Lumon, como o de Óptica e Design, é marcada por rivalidades criadas deliberadamente para manter os funcionários desunidos. No entanto, pequenos atos de rebeldia, como a amizade e paixão entre Irving (John Turturro) e Burt (Christopher Walken), mostram que a humanidade persiste mesmo sob vigilância constante.  

O despertar da consciência

A tensão atinge o limite quando os protagonistas decidem ativar a “contingência de horas extras”, um recurso que permite aos funcionários, dentro da empresa, despertar fora do ambiente de trabalho. Dylan (Zach Cherry), em uma cena cheia de suspense, opera o mecanismo, permitindo que Mark, Helly e Irving explorem suas vidas exteriores

As descobertas são impressionantes: Helly percebe que é, na verdade, Helena Eagan, herdeira e defensora pública da Lumon, enquanto Mark encontra pistas de que sua falecida esposa, Gemma, está viva, mas disfarçada como Ms. Casey, conselheira dentro da empresa.  

A temporada termina em um ponto de alta tensão, com Helly prestes a expor os segredos da Lumon em um evento público e Mark tentando alertar sua irmã

*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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