Resistência marca volta de 'Westworld' e 'The Handmaid’s Tale'
Westworld e The Handmaid’s Tale, do canal de televisão HBO e do serviço de streaming Hulu, respectivamente, mal iniciaram suas novas temporadas e já foram confirmadas para as próximas. As séries, ambas no segundo ano de produção, tiveram as renovações anunciadas oficialmente esta semana. A notícia não surpreende, pois a dupla vai bem de audiência e embora tenham tramas distintas, o tema é praticamente o mesmo: conquistar e resistir.
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O segredo do sucesso desses programas pode estar atrelado a enredos vividos pelo público fora das telinhas em diversas causas sociais. O feminismo, por exemplo, combate desde meados do século XIX padrões patriarcais. Há 400 anos, os negros lutaram e ainda lutam contra a escravidão – ou marginalização, nos dias atuais. Assim como na vida real, as produções citadas trazem suas próprias batalhas contra um sistema imposto cruelmente para uma parcela vista como minoria. Se você ainda não viu as séries, cuidado com os spoilers a seguir.
No mundo de Westworld, se você for uma máquina, está destinado a viver o mesmo dia várias vezes. Na história, um parque temático foi criado para o uso de pessoas ricas. O lugar simula vários povoados habitado por androides, os anfitriões, feitos com o único propósito de servir a quem deseja jogar. Os visitantes podem fazer o que quiserem no parque, não há regras ou leis que proíbem qualquer coisa. Partindo do princípio que são máquinas, os jogadores estupram, escravizam e matam sem questionamentos. Ao final do jogo, a memória dos robôs é apagada para que eles repitam a mesma narrativa.
Durante toda a primeira temporada, vimos máquinas, aos poucos, criarem consciência e controle sobre seus corpos, superando as próprias limitações e iniciando um motim contra o sistema que os oprime. Na segunda temporada, iniciada no dia 22 de abril, podemos acompanhar a rebelião desses protótipos, criando suas narrativas e procurando justiça. Westworld, ano passado, venceu cinco das 22 indicações que recebeu ao Emmy. O elenco conta com Evan Rachel Wood, Thandie Newton, Jeffrey Wright e o brasileiro Rodrigo Santoro.
A série é baseada no filme de mesmo nome, de 1973, e em sua continuação, Futureworld, de 1976. Confira o trailer do próximo episódio da série, com transmissão no próximo domingo (6) pelo canal fechado HBO:
Já em The Handmaid's Tale, atual vencedora do Emmy e do Globo de Ouro, são tempos difíceis para o sexo feminino, isso porque a sociedade foi tomada por um regime totalitário e fundamentalmente cristão. O direito à expressão foi expurgado e a Constituição, derrubada. Era o fim da impressa como conhecemos hoje, não há jornais ou revistas, não há o barulho de teclado de celulares ou notebooks. Apenas o silêncio opressor. Mulheres não podem trabalhar ou ter uma renda fixa, muito menos amar pessoas do mesmo sexo. São obrigadas a cozinhar, lavar e gerar filhos. Na história, acompanhamos as aias, usadas pela população de um bairro elitista para engravidar e entregar seus filhos aos patrões. O segundo ano do show foca nos refugiados de Gilead e de seu sistema patriarcal e machista, além das consequências para aquelas que almejam uma vida longe da opressão.
Handmaid’s é baseada no romance da escritora canadense Margaret Atwood, de 1985. Além da série, o livro também rendeu diversas adaptações, como no cinema em 1990, e no teatro, através de uma ópera em 2000. Confira o trailer do próximo episódio, com transmissão para a próxima quarta-feira (9) pelo serviço de streaming Hulu: