‘Sagrada Família’: Nova série com Najwa Nimri é suspense com bons mistérios

Alba Flores, de 'La Casa de Papel', e Álvaro Rico, de 'Elite', também estão no elenco

Najwa Nimri, de 'La Casa de Papel' e 'Vis a Vis', é a protagonista de 'Sagrada Família' - Divulgação/Netflix

Se você é desses que procura saber quem são os idealizadores das séries de TV que vai assistir, já deve saber que Manolo Caro não fez sua estreia na Netflix com “Sagrada Família”, lançada em outubro deste ano na plataforma. Antes de se aventurar no gênero de mistério e suspense tão presentes na recém-lançada, Caro colecionou elogios em “A Casa das Flores”, desenvolvendo outro tipo de família com destaque para o drama de humor ácido no mesmo serviço de streaming.

Em “Sagrada Família”, o humor do trabalho anterior de Manolo Caro dá lugar à tensão criada pela protagonista e por todos os personagens ao seu redor. A narrativa tem bom texto e cada arco parece estar ligado direta ou indiretamente à Gloria, interpretada pela gigante Najwa Nimri (La Casa de Papel). Spoilers a seguir.

Diferentes tipos de maternidade

No enredo, Gloria (Nimri), aparentemente, é uma mãe solteira que acabou de chegar a Madri com seu bebê recém-nascido, Hugo, e a babá Aitana (Carla Campra). A protagonista tem uma rotina relativamente leve, dividindo-se entre a confecção de vitrais e passeios no parque com outras três mulheres que também são mães: Blanca (Macarena Gómez), Alicia (Ella Kweku) e Caterina (Alba Flores).

Nas primeiras conversas, no entanto, nota-se que algo não parece ser verdadeiro, como se cada uma delas escondesse algo. Caterina, por exemplo, é a mãe novata que acabou de se mudar para o bairro junto com seu marido Germán (Álex García), nutrindo um interesse discreto, porém estranho, por Gloria. 

Os segredos se estabelecem e a série vai dando informações do passado de Gloria. Aos poucos, o público vai montando o quebra-cabeça no ritmo ideal, mantendo a curiosidade sobre algumas perguntas enquanto responde outras, embora os dois primeiros episódios sejam levemente confusos para quem inicia a série sem ter procurado informações. 

Através dessas personagens, Manolo é bem-sucedido em desenvolver bem cada personalidade desse grupo de mães, os maridos quase podem passar despercebidos, tamanho é a presença do elenco feminino

Grande elenco

Se “Sagrada Família” tem um enredo arrebatador, o elenco só eleva a história. A atriz Najwa Nimri já tinha mostrado a presença marcante da sua atuação como a vilã Zulema em “Vis a Vis” e como a inspetora Alicia Sierra em “La Casa de Papel”. Tendo essas duas personagens tão fortes no currículo, aqui, Nimri mostra algo inédito: a vulnerabilidade de Gloria como uma mãe que luta para se manter a paisana. 

Vale mencionar Alba Flores e sua química ao lado de Nimri. As duas já haviam trabalhado juntas nas duas séries citadas. Em “Vis a Vis”, Flores viveu Saray, o braço direito de Zulema na prisão. Já em “La Casa de Papel”, elas estiveram em lados opostos quando Alba interpretou a amada Nairóbi, enquanto sua colega era a inspetora responsável por captura-la. Em “Sagrada Família”, os papéis se invertem e no jogo de gato e rato, digamos que Caterina (Flores) seja o gato.

Série para maratonar

Ambientada no final dos anos 1990, a série tem uma fotografia bonita, igualada aos figurinos que acompanham as composições das cenas. Com oito episódios na primeira temporada, Manolo assume um risco ao entregar boa parte da trama nos primeiros três episódios. Nesse ponto, já sabemos dos principais segredos de Gloria, sobrando cinco episódios para o público entender suas motivações e se as consequências dos seus atos irão atingi-la. 

Felizmente, o criador de “Sagrada Família” faz um trabalho bem feito, não deixando o ritmo diminuir, muito menos se demorando em arcos que não contribuem para a trama – a dinâmica entre os personagens Abel (Iván Pellicer) e Germãn (Álex García) é quase superior à jornada de Gloria. Vale a pena conferir!

*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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