Série "The Wilds" retorna com elenco dobrado e bons episódios
Enredo da Prime Video tem jovens lutando para sobreviver em uma ilha
Quando “The Wilds: Vida Selvagem” estreou na Amazon Prime Video em 2020, trouxe um diferencial de sobrevivência a um gênero já consagrado, o teen. Com toques de “Lost” e “Maze Runner”, a sinopse aparenta ser simples: um grupo de meninas que não se conhecem sofre um acidente aéreo e precisam sobreviver em uma ilha deserta. Mas o enredo surpreende e instiga quando sugere que nada foi por acaso.
Aos poucos, vamos conhecendo um pouco sobre elas antes do acidente e depois do resgate – destacando individualmente cada uma e indicando quais personagens sobreviveram na selva. A seguir, spoilers da segunda temporada.
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No final da primeira temporada, o público descobre que o grupo está, na verdade, passando por um experimento. Pessoas as mantiveram ali, correndo riscos, “pela ciência”. Pior, descobrem que o mesmo aconteceu com um grupo de meninos. A segunda temporada apresenta esses novos personagens.
Dobro do elenco e do drama
A escolha do roteiro foi arriscada. Trazer uma versão masculina do que já foi apresentado na primeira temporada poderia soar repetitivo ou o arco inicial poderia ser deixado em segundo plano na tentativa de ambientar os novos personagens. No entanto, nada disso aconteceu.
Os novos episódios trazem o mesmo ritmo da primeira. Claro, uma parte do tempo precisava ser dedicada às questões dos meninos, mas a produção não deixou a trama feminina de lado. Ambos coexistiram de modo que conhecemos os meninos em sintonia com o avanço do suspense das meninas.
O destaque sobre o que aconteceu no pós-ilha continua sendo da Leah (Sarah Pidgeon), isso levanta o questionamento se saberemos o que aconteceu com as outras ou se simplesmente ficaram trancafiadas e interrogadas enquanto Leah se aventurava pelas instalações na busca por respostas. Da maneira que a temporada acabou, voltar para justificar essa ausência parece improvável.
A vez deles
Assim temos Raf (Zack Calderon), Ivan (Miles Gutierrez-Riley), Kirky (Charles Alexander), Seth (Alex Fitzalan), Josh (Nicholas Coombe), Henry (Aidan Laprete), Bo (Tanner Rook) e Scotty (Reed Shannon). Não dá para negar que, no primeiro momento, é como assistir a primeira temporada “masculinizada”. Algumas coisas acontecem da mesma maneira e algumas personalidades masculinas são equivalentes às femininas.
Em contraponto, o experimento com os garotos e a apresentação deles pré-ilha parecem avançar mais rápido que os das meninas, talvez numa tentativa de fazer com que os dois gêneros cheguem ao mesmo nível para a conclusão do segundo ano.
Ao que tudo indica, se no primeiro ano assistimos à sobrevivência feminina e, no segundo, vimos os meninos passando pelo mesmo experimento, a possível terceira temporada terá dois desafios: unir os gêneros contra seus algozes e se manter atrativa como as duas primeiras temporadas. Resta pagar para ver.
*Fernando Martins é jornalista, escritor e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.
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