“The Bear”, “Pachinko” e mais: Confira as 13 melhores séries de 2022

A coluna Uma Série de Coisas, do portal FolhaPE, elege os melhores lançamentos do ano

"The Bear", disponível na Star+, vem ganhando elogios da crítica especializada - Divulgação

O ano está quase acabando e a coluna Uma Série de Coisas, tradicionalmente, elege as melhores séries lançadas nos últimos 12 meses. 2022 foi um ano diversificado e positivo na indústria televisiva. Com o retorno das gravações após a pandemia, as produções se destacaram em áreas bem distintas: drama, ficção científica, derivados, minisséries e antologias

Enquanto umas garantiram o sucesso pela sua complexidade, outras foram aclamadas pela simplicidade. Em todas elas, o elenco fez um bom trabalho e conquistou o público de maneiras diferentes. O melhor: todas as séries que cito a seguir estão disponíveis em streamings. Confira:

Derivados que muitos esperavam

Séries medievais e de fantasia tem um espaço cativo nas preferências do público. “Game Of Thrones” e “Vikings” são duas delas. Já finalizadas, os olhares dos fãs se voltaram para seus respectivos derivados lançados este ano, “House Of The Dragon”, disponível na HBO Max, e “Vikings: Valhalla”, na Netflix.

O jogo dos tronos, no entanto, tem uma ótica específica na nova produção de George R. R. Martin. Ao invés de centralizar várias famílias na disputa pelo maior cargo de Westeros, “House Of The Dragon” abrange centenas de anos antes dos acontecimentos da série original, época em que os Targaryens e seus dragões dominavam os Sete Reinos. O derivado ganhou vida própria, conquistando, inclusive, telespectadores que nunca assistiram “Game Of Thrones”.

Já em “Vikings: Valhalla”, a trama pula para anos após os acontecimentos de “Vikings”, acompanhando um novo grupo de guerreiros nórdicos. Aqui, também há luta pelo poder e por territórios, mas a identidade viking começa a desaparecer, colocando em risco tudo que Ragnar e sua família lutaram para conseguir. Em ambas as séries, o clima de tensão e guerra domina e rende grandes atuações e cenas de guerra dignas de cinema.

Críticas do mundo real em séries de ficção

Duas séries bastante populares ao longo do ano foram “Ruptura” e “The Bear”, disponíveis na AppleTV+ e Star+, respectivamente. O enredo é desenvolvido dentro de ambientes de trabalho, mas vão por caminhos diferentes.

Em “Ruptura”, a história funciona como uma distopia onde os funcionários de uma empresa passam por um procedimento cirúrgico e dividem a vida profissional da pessoal. Quando chegam ao trabalho, eles não lembram quem são fora dali, se são casados, tem filhos, onde moram. Mas quando saem do trabalho e voltam para casa, eles voltam para suas famílias sem recordar dos momentos de trabalho.

A produção vai fundo nas camadas problemáticas que nascem na vida real, mas são distorcidas na ficção. A direção é um espetáculo a parte, o uso das cores, movimentos de câmera e trilha sonora é de impressionar. 

“The Bear” é mais emocional. Apresenta um chef de cozinha que acabou de perder o irmão e precisa tocar o empreendimento que ele deixou: uma lanchonete fadada ao fracasso. O ambiente de trabalho é caótico e seus funcionários parecem não estarem abertos à mudança. O protagonista tenta se adaptar ao caos que o irmão deixou tanto por sua ausência, quanto pela empresa.

A série é perfeita para os amantes de gastronomia. “The Bear” tem tons de comédia e drama, bom elenco e uma fotografia de dar água na boca. 

Romances que conquistaram o público

A série “Heartstopper” foi um dos grandes acertos da Netflix este ano. Baseada nos livros de Alice Oseman, a história traz a simplicidade de um romance entre dois garotos do colégio. Um dos grandes motivos para que a produção alcançasse tantas pessoas é a leveza com que esse amor é retratado, tão presente em histórias de casais heterossexuais, mas não tão bem trabalhada nos enredos LGBTQIAP+, onde geralmente esse amor se torna impossível, seja por doença, preconceito ou morte.

Por outro lado, o seriado “Smiley”, chegou sem muito alarde, mas também merece seu lugar em 2022. Mais madura que “Heartstopper”, a série é uma comédia romântica espanhola com tons teatrais, já que é adaptada de uma peça. Mas isso não apaga a experiência. 

“Smiley” e “Heartstopper” estão disponíveis na Netflix.

Mais culturas na tela

Em 2022 também tivemos a oportunidade de ver mais diversidade cultural. Dos mesmos criadores da série alemã “Dark”, a série “1899” apresenta um elenco plural, cada um falando sua língua nativa. Os personagens estão todos a bordo de um navio que sai da Europa para os Estados Unidos. Todos escondem um segredo e parecem estar fugindo de algo. Ao passo em que conhecemos mais sobre eles, algo parece não estar certo no navio. 

Além da série, que está disponível na Netflix, a coluna também indica assistir aos bastidores, que traz entrevista com o elenco e mostra a interessante tecnologia “Volume”, utilizada nas gravações para grande parte das cenas da série, uma alternativa para contornar a pandemia. 

E falando em outras culturas, “Pachinko”, a adaptação do livro de mesmo nome, tem uma ambientação no Japão do século XX, mas segue quatro gerações de uma família coreana. É um amor proibido que atravessa a Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos. “Pachinko” emociona e traz um lado de imigrantes pouco vista na TV. Disponível na AppleTV+.

Drama e terror é uma receita infalível 

O drama quase sempre funciona bem quando atrelado a outro gênero. Neste caso, o terror. A série “Yellowjackets” soube misturar de forma bastante promissora esses gêneros aliando a um elenco de primeira que vai desde atrizes estreantes até as veteranas. 

A história, disponível na Paramount+, começa com a queda de um avião em uma ilha arbórea e cheia de segredos. A aeronave levava um time de futebol feminino para uma viagem. Acompanhamos as garotas tentando sobreviver, enquanto vemos algumas delas, adultas, lidando com o trauma do acidente anos depois. O roteiro faz um bom trabalho em revelar pequenas informações ao longo de toda a série, deixando a temporada inteira atrativa e instigante.

Talvez a surpresa maior desta lista, “Pretty Little Liars: Pecado Original”, disponível na HBO Max, também está entre os melhores do ano. Surpresa porque sua original fez muito sucesso, mas seus derivados não funcionavam, sendo todos cancelados. Agora, a nova produção vem com algo novo: um grupo de meninas está sendo perseguidas por um psicopata que tem relação com as mães das garotas.

A série tem um tom obscuro e está repleta de referência aos grandes clássicos do terror em seu texto, nas cenas, personagens e fotografia. Além disso, traz temas adultos de maneira mais ousada que suas antecessoras. 

Os baseados em fatos seguem fazendo sucesso

Séries de true crime ou baseada em fatos continuam em uma crescente, tanto de público quanto de crítica. “Dahmer: Um Canibal Americano”, criada por Ryan Murphy, trouxe à tona uma das histórias mais sombrias de serial killer. A produção, que foi confirmada como uma antologia, reconta os crimes cometidos por Jeffrey Dahmer, que matou 17 homens gays e manteve parte dos corpos para consumo. O ator Evan Peters está cotado ao Emmy pela sua atuação como protagonista. Série disponível na Netflix.

A biografia “The Dropout” também foi destaque ao narrar a história de Elizabeth Holmes, uma empresária que, segundo ela, criou uma forma única de analisar exames de sangue ao extrair uma pequena gota do dedo. Na realidade, tudo não se passava de uma fraude. A atriz Amanda Seyfriend ganhou um Emmy na categoria de Melhor Atriz em Minissérie, interpretando a protagonista. A minissérie está disponível na Star+.

“O Poderoso Chefão” completou 50 anos em 2022. O filme foi bastante celebrado na época de seu lançamento e segue sendo uma das grandes referências do cinema. A Paramount+ lançou, este ano, uma minissérie sobre os bastidores do filme de Francis Coppola.

Na trama, acompanhamos o produtor Albert Ruddy (Miles Teller) e Robert Evans (Matthew Goode) lidando com as dificuldades de produzir o filme, entre eles o processo caótico da escalação de elenco, o preconceito da indústria e a interferência de famílias do crime organizado.

*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.
*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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