“The Good Doctor” chega ao fim com legado à diversidade neurocognitiva

Já finalizada nos Estados Unidos, última temporada segue sem data de estreia no Brasil

Freddie Highmore dá adeus ao seu personagem Shaun Murphy, em "The Good Doctor" - Reprodução

Quando estreou em 2017, "The Good Doctor" conquistou o público com a história de Shaun Murphy, um jovem cirurgião autista com Síndrome de Savant, interpretado de uma ótima maneira por Freddie Highmore (Bates Motel). Ao longo de sete temporadas, a série aborda temas complexos, desde dilemas éticos na medicina até as dinâmicas de relações interpessoais, sempre com uma sensibilidade que comumente vemos em dramas médicos. Com a notícia de seu término, é hora de refletir sobre o impacto e o legado deixado pela produção.

Disponível na Globoplay, "The Good Doctor" construiu uma base fiel de fãs no Brasil, que acompanharam cada reviravolta e desenvolvimento dos personagens. No entanto, até a data de publicação desta coluna, a última temporada ainda não tem data de estreia na plataforma.

Diversidade na medicina televisiva

O grande mérito de "The Good Doctor" foi humanizar a prática médica levantando a bandeira da diversidade neurocognitiva. Shaun Murphy, com suas limitações e habilidades, representou uma visão inclusiva e empática que é tristemente difícil de encontrar na vida real e, por isso, tão importante de construir em tela. Diante de um histórico televisivo repleto de personagens médicos quase super-heróicos, Shaun trouxe vulnerabilidade e autenticidade, desafiando preconceitos e mostrando que as diferenças podem ser uma força, não um obstáculo.

Freddie Highmore: o destaque da série

Freddie Highmore merece destaque especial. Sua interpretação de Shaun não só conquistou o público como também foi elogiada pela crítica. Highmore conseguiu equilibrar as especificidades de um personagem complexo, oferecendo uma atuação que é ao mesmo tempo inspiradora e realista. Ele conseguiu transmitir a luta interna de Shaun para ser aceito e respeitado em seu ambiente de trabalho, sem nunca cair em estereótipos ou exageros. 

Seu trabalho é, inclusive, pouco celebrado, entregando boas cenas desde "O Som do Coração" (2007) quando ainda era criança, e, mais tarde, em "Bates Motel" (2013-2017).

Comparações com outras séries médicas são inevitáveis. Enquanto "Grey's Anatomy" (2005-) continua a explorar dramas pessoais e "House" (2004-2012) focava no brilhantismo e cinismo de seu protagonista, "The Good Doctor" encontrou seu nicho ao centralizar sua narrativa na perspectiva de alguém frequentemente marginalizado.

O legado de "The Good Doctor"

"The Good Doctor" entreteu e também educou seu público sobre as complexidades da vida de uma pessoa autista. Foi uma reflexão sobre a natureza humana, diversidade e aceitação. De muitas maneiras, a série mudou a forma como vemos as pessoas e redefiniu as expectativas do que uma série do gênero pode alcançar. Para os fãs brasileiros, a expectativa agora é pela estreia da última temporada na Globoplay

O término da série é um lembrete de que Shaun Murphy, com suas lutas e triunfos, é um desses personagens que permanecerá vivo no imaginário popular, um símbolo de que, o que realmente importa é a humanidade que trazemos a cada interação.

*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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