“The Way Home” mescla tom novelesco com viagem no tempo
Três gerações de mulheres tentam reestruturar a família na nova série do Hallmark Channel
À primeira vista, “The Way Home” aparenta ser aquele tipo de série novelesca no estilo “This Is Us”, “A Million Little Things”, entre outras produções do gênero que retratam a rotina de personagens dessincronizados que tentam resgatar o que perderam ao longo do caminho. Até certo ponto, a nova série do Hallmark Channel, é exatamente esse tipo de história. Mas um acidente no lago muda o rumo das coisas e a série adiciona tons sobrenaturais, mais especificamente viagem no tempo.
Já renovada para a segunda temporada, “The Way Home” estreou em janeiro e está prestes a finalizar sua primeira temporada nos Estados Unidos. Ainda sem previsão de estreia no Brasil, a série acompanha três gerações de mulheres da mesma família, em três tempos diferentes. Vamos com calma.
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Entendendo a série
Em 1814, Port Haven era uma vila pequena repleta de vegetação. No primeiro momento, vemos uma jovem ser perseguida por homens com tochas aos gritos de “acabem com a bruxa”. Até o fim do piloto, a identidade da moça não é revelada.
Depois desta introdução, somos ambientados nos dias atuais, onde conhecemos Kat Landry, interpretada por Chyler Leigh (Supergirl, Grey’s Anatomy). Ela é uma mulher adulta que acaba de ser demitida do emprego e está passando por um divórcio. Apesar disso tudo, ela também enfrenta a fase rebelde da filha adolescente Alice (Sadie Laflamme-Snow), que acaba de ser expulsa do colégio por mau comportamento.
Com ambas meio perdidas na vida, elas vão passar um tempo na fazenda de Del, vivida pela atriz Andie MacDowell (Maid). Del é avó de Alice e mãe de Kat.
Assim como Kat não se dá bem com sua filha Alice, a relação conturbada parece se repetir entre Kat e Del. Neste caso, paira no ar uma tragédia acontecida 20 anos atrás, envolvendo o patriarca da família e outro menino, ambos ausentes nessa linha do tempo.
Viagem no tempo em ritmo novelesco
Até aqui, “The Way Home” parece ser mais uma série que remete à tradicional novela brasileira. Mas um acidente faz com que Alice quase se afogue em um lago. Ela é salva por sua mãe Kat. A surpresa é que a mãe tem sua idade. Acontece que Alice foi parar em 1999, 20 anos antes de onde vivia.
Ao que parece, Alice tem a oportunidade de conhecer não apenas seu passado, como sua mãe e avó na essência. Para além disso, é possível que entenda o que aconteceu para os homens da família estarem ausentes em seu tempo – em 1999, ela chega a conhecer os dois.
“The Way Home” não promete nada, mas pode entregar um bom entretenimento. Certos clichês não passam despercebidos, como uma foto tirada despretensiosamente em que Alice aparece em 1999 e que, claro, será percebida por alguém do futuro. Ainda assim, a série parece querer mesclar gêneros ao tempo que desenvolve a curiosidade do público. Isso é sempre bem-vindo.
*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.
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