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“Young Royals”: Um adeus à Monarquia com coragem e sensibilidade

Série sueca finaliza sua história na terceira temporada pela Netflix

Edvin Ryding e Omar Rudberg estrelam série teen "Young Royals", da Netflix - Divulgação

A terceira e última temporada de "Young Royals" estreou em março, trazendo de volta uma das séries suecas mais populares da atualidade. Ao longo de sua jornada, a produção da Netflix desafiou, mesmo que de maneira romântica e um pouco irreal, as estruturas monárquicas e convocou os espectadores a refletir sobre o papel da realeza no mundo moderno.

O enredo é ambientado no internato Hillerska, onde o príncipe herdeiro da Suécia, Wilhelm, se apaixona pelo plebeu Simon. O romance proibido entre os dois jovens é o ponto central da trama. Aqui, a série mergulha nas questões de identidade, classe e poder, questionando a própria existência da monarquia em pleno século XXI.

A dinâmica entre Wilhelm e Simon é o centro da narrativa, com os atores Edvin Ryding e Omar Rudberg entregando performances cativantes. Suas jornadas individuais são entrelaçadas com as lutas pessoais e os dilemas éticos que enfrentam, proporcionando uma experiência comovente. O apoio do elenco, incluindo Frida Argento como Felice e Malte Gårdinger como August, adiciona camadas adicionais à complexidade dos relacionamentos retratados na série.

Além do romance central, "Young Royals" oferece uma visão provocativa sobre o futuro da monarquia e das instituições tradicionais. Nessa reta final, ao se despedir dos personagens, damos adeus, também, a essa suposição onde o amor verdadeiro pode realmente superar todas as barreiras, mesmo as mais imponentes como a monarquia.

A qualidade das séries escandinavas 

"Young Royals" também traz à mente outras produções escandinavas que também desafiam as normas sociais e exploram temas contemporâneos de forma interessante, como as suecas "The Bridge" e "The Killing", que exploram crimes e dilemas morais em seus episódios. Enquanto estas séries policiais investigam o lado mais sombrio da sociedade, "Young Royals" mergulha no coração da realeza sueca e questiona o propósito da monarquia em um mundo em constante evolução

Não podemos deixar de mencionar "Skam", que se concentra nas vidas de adolescentes noruegueses e aborda temas como amizade, amor e identidade, chegando próximo de "Young Royals", que mergulha na vida da realeza sueca pela visão de adolescentes e questiona o papel da monarquia em uma sociedade moderna. Ambas as séries refletem as complexidades da juventude e das relações interpessoais. Embora ambientadas em contextos diferentes, tanto "Skam" quanto "Young Royals" conseguem capturar a essência universal das experiências humanas e oferecer narrativas relevantes.

Com uma conclusão oportuna coincidindo com os eventos tumultuosos no Reino Unido, "Young Royals" se destaca como uma obra que provoca as convenções e tenta inspirar a luta por um mundo mais justo e igualitário. 

*Fernando Martins é jornalista e grande entusiasta de produções televisivas. Criador do Uma Série de Coisas, escreve semanalmente neste espaço. Instagram: @umaseriedecoisas.

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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