Agosto Branco: campanha conscientiza sobre câncer de pulmão
Tabagismo ainda é principal causa, mas números de doentes não fumantes cresce, diz SBOC
Segundo tipo de tumor que mais acomete os brasileiros, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pulmão tem como causa principal o tabagismo. Contudo, o número de não fumantes que sofrem com a doença tem crescido, segundo alerta a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
Ainda com base em dados levantados pelo Inca, a estimativa é que sejam diagnosticados no Brasil 30.200 novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquio (17.760 em homens e 12.440 em mulheres) para cada ano do triênio 2020/2022.
Esses valores correspondem a um risco estimado de 16,99 casos novos a cada 100 mil homens e 11,56 para cada 100 mil mulheres. Para alertar a população e tentar reverter esse quadro, a campanha Agosto Branco reforça a importância de prevenir e adotar os cuidados necessários contra a doença.
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Além do hábito de fumar, outros fatores são responsáveis por 10% a 20% dos novos casos da doença. Dentre as principais razões, estão fatores genéticos, exposição à poluição atmosférica, contato com elementos ou substâncias químicas e o tabagismo passivo.
Alexandre Sales, oncologista - Foto: Divulgação
Oncologista do Núcleo de Oncologia do Agreste, o médico Alexandre Sales explica que o câncer costuma apresentar os mesmos sintomas tanto para fumantes quanto para não fumantes.
"Tosse, cansaço, dor no peito, dificuldade para respirar, rouquidão, perda de peso e de apetite são os mais frequentes", elenca o especialista, que complementa: “Os sintomas podem se assemelhar aos de outras doenças, por isso, é importante buscar auxílio médico, caso o paciente apresente qualquer desses sinais.”
Grupos de risco
Pessoas que apresentam infecções pulmonares de repetição, doenças pulmonares crônicas, ex-fumantes e ainda a idade avançada devem ter mais atenção e redobrar a prevenção.
“Pacientes acima de 50 anos e com história de tabagismo têm indicação de fazer tomografia de tórax de rastreamento", diz o médico. Alexandre reforça ainda que, quando o tumor é detectado de forma precoce, as chances de cura são maiores.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
O oncologista Alexandre Sales explica que a prevenção ao câncer de pulmão depende de diversos fatores. “Para prevenir a doença é fundamental evitar o tabagismo, a exposição a gases e substâncias químicas de teor tóxico e à poluição atmosférica.
Além disso, alguns pacientes acima de 50 anos e com história de tabagismo têm indicação de fazer tomografia de tórax de rastreamento. Se um tumor for detectado precocemente, maiores são as chances de cura com o tratamento”, comenta o médico.
O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem como tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética e PET/CT (tomografia por emissão de pósitrons), além da biópsia por métodos como broncoscopia.
“O tratamento do câncer de pulmão envolve profissionais de equipe multidisciplinar e varia de acordo com o tipo e tamanho da doença, podendo ser por meio de cirurgia para remoção do nódulo ou de partes do órgão, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo ou a combinação dessas modalidades. Somente com o diagnóstico preciso e noção de estágio da doença é possível direcionar cada caso”, finaliza Alexandre Sales.