Água no joelho: até que ponto é preocupante? Como cuidar?
Ortopedista fala sobre problema que atinge diversas faixas etárias e pode ter complicações
Nome popularmente dado à sinovite ou ao derrame articular, a água no joelho consiste na formação demasiada do líquido sinovial no órgão, devido à inflamação local. Esse fluido é responsável pela lubrificação das articulações do corpo e permite que elas se movam suavemente. Quando concentrado em grandes quantidades no joelho, causa inchaços, vermelhidão e fortes dores no órgão. Traumas, artrose, infecções e atividades intensas são possíveis causas dessa formação.
Segundo o ortopedista Isaías Fernandes, do Hospital Jayme da Fonte, a maioria dos pacientes procura um médico por causa das intensas dores locais, mesmo depois de resistir aos desconfortos por muito tempo. Ainda de acordo com o especialista, a temperatura do joelho aumenta quando há retenção do líquido e não existe qualquer faixa etária que não possa ser
afetada pelo problema.
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“Até crianças podem desenvolver água no joelho como componente de uma doença sistêmica, como artrite, por exemplo. Pessoas de 20 a 35 anos são mais comuns, devido aos
quadros de traumas, entorses articulares, prática de atividades esportivas repetitivas e os idosos, devido à senescência e ao próprio envelhecimento da articulação e a artrose também é uma das principais causas”, disse.
Cuidado durante o Carnaval
Outro ponto destacado pelo especialista é sobre pessoas que gostam de brincar o Carnaval. Esses pacientes precisam aproveitar a festa com certos cuidados, porque qualquer descuido pode causar piora significativa da sinovite.
“O ideal é que essas pessoas tenham períodos maiores de repouso, podendo brincar Carnaval somente durante uma fração do dia. Se possível, em locais que possam ter acesso à cadeiras, sentar um pouco e descansar, evitando, exatamente, aglomerações ou locais dos quais precisem se deslocar por muito tempo. Ficar em pé por muitas horas ou caminhar por muitos períodos vai piorar a situação da articulação”, complementou Fernandes.
Tratamento
Existem dois tipos de tratamento para a sinovite: via oral, por meio de anti-inflamatórios, que possuem diversas classes e são ministrados de acordo com a idade do paciente; e via local, por meio da crioterapia, que é feita com aplicação de compressas quentes ou geladas e pomadas tópicas.
Procedimentos invasivos também podem ajudar durante o tratamento, que pode acontecer a cada dez ou 15 dias, dependendo da resposta do organismo do paciente. Após realizar a ultrassonografia, o especialista pode atuar diretamente na articulação, fazendo um ponto anestésico, para que o paciente não sinta dor, e aplicando uma agulha contendo corticoides ou ácido hialurônico. A proloterapia também é uma alternativa que tenta regenerar os tecidos lesionados.
“Esse líquido, então, é retirado, aspirado e coletado. A gente retira a maior quantidade possível e, normalmente, colocamos dentro da articulação algum tipo de medicação que venha tratar ou reduzir esse processo inflamatório”, salienta o ortopedista, que considera ainda que a cura do problema está relacionada ao tratamento precoce.
Para combater a água no joelho, o paciente precisa observar cuidados como, por exemplo, manter um peso regular, pois a obesidade gera sobrecarga nas articulações, sendo um risco
potencial para formação de água no joelho. Também é importante prevenir quadros de artrose e evitar alimentos gordurosos, como carnes vermelhas e que contém gordura animal, além do leite, que pode ser pró-inflamatório.
“Os traumas esportivos, os acidentes de carro e moto também são fatores importantes e que podem ter uma prevenção adequada para evitar o desenvolvimento da água no joelho. Os
atletas recreativos e de final de semana também precisam ter cuidado”, finalizou.