Andadores infantis não são recomendados; saiba como estimular o desenvolvimento motor corretamente

Sociedade Brasileira de Pediatria se posiciona contra o uso de andadores infantis há quase dez anos

Sociedade Brasileira de Pediatria tem se posicionado contra o uso de andadores há quase uma década - Freepik

A fase de desenvolvimento das crianças é muito apreciada pelas mamães e pelos papais. As primeiras palavrinhas, ainda que longe da pronúncia correta, e os primeiros passinhos, ainda que desequilibrados, são celebrados por todos. Durante esse período, há diversas formas de estimular esse progresso. Algumas benéficas, enquanto outras nem tanto — apesar de serem bem conhecidas. É o caso do andador

Há quase uma década, a Sociedade Brasileira de Pediatria tem se posicionado contra o uso de andadores por crianças no Brasil. Ainda assim, muitas famílias ainda insistem no uso do equipamento, que pode ser encontrado com facilidade.

De acordo com a fisioterapeuta e professora do IDOMED, Cláudia Maturana, o desenvolvimento motor infantil ocorre naturalmente, necessitando apenas de estímulo e ambiente favorável. "A criança precisa apenas de oportunidades, locais seguros e de brinquedos e brincadeiras", diz a profissional.

Formas de estimular
Quando bebês, a professora orienta que esse estímulo deve ser feito no chão, na posição decúbito ventral (barriga para baixo). "A estimulação deve ocorrer em períodos curtos de tempo, nos horários em que estão sem sono e sem fome, que podem ser ampliados conforme os progressos ocorrerem", indica.

Esse estímulo é fundamental para os bebês, porque é através deles que a musculatura das costas vai ser fortalecida, a ponto de conseguirem ficar sentadas sem apoio.

A fase do engatinhar é a de maior treinamento de força muscular e coordenação motora
A fase do engatinhar é a de maior treinamento de força muscular e coordenação motora - Foto: Freepik

Na sequência, a tendência é que elas passem para a posição de gato e comecem a engatinhar, justamente a fase de maior treinamento de força muscular e coordenação motora.

E depois, de forma espontânea, a própria criança vai começar a tentar ficar em pé, se apoiando ou se segurando nos móveis, e ganhando segurança para dar os primeiros passos sozinha.

Naturalmente, a criança vai ficar em pé sozinho, se apoiando nos móveis
Naturalmente, a criança vai ficar em pé sozinho, se apoiando nos móveis - Foto: Freepik

Perigos do andador
A não recomendação do objeto, que inclui ainda o andador de empurrar, parte do entendimento que o seu uso pode acarretar em sequelas motoras provenientes de lesão cerebral por traumatismo craniano causado por quedas, por exemplo.

Além disso, as crianças podem desenvolver a marcha na ponta dos pés e terem falta de equilíbrio e de coordenação motora para permanecerem em pé.

“A criança não necessita de nenhum equipamento para estimular a marcha. Os andadores de empurrar também devem ser evitados, pois contém rodinhas, o que possibilita um deslocamento abrupto e muito rápido, dificultando o equilíbrio das crianças”, destaca a professora do IDOMED.

Revertendo os malefícios
Para as famílias que já optaram pelo uso dos andadores, Cláudia Maturana afirma que os malefícios ao desenvolvimento motor infantil podem ser revertidos, dependendo do tempo de utilização do equipamento. 

A criança pode andar sozinha com o auxílio de um adulto
A criança pode andar sozinha com o auxílio de um adulto - Freepik

A orientação é que os pais deixem a criança livre, no chão, engatinhando ou dando os primeiros passos com apoio de adultos ou até passando de um móvel a outro.

“Além disso, a natação para crianças promove estimulação motora favorável, trabalhando a coordenação motora, o equilíbrio e a força muscular”, finaliza a fisioterapeuta.

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