Anestesia tem riscos? Saiba os mitos e verdades sobre o procedimento

Embora se trate de uma técnica segura, muitas pessoas ainda têm medo e dúvidas sobre a técnica

Rodrigo Philippe, anestesiologista do Hospital Jayme da Fonte. - Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

A anestesia é um procedimento médico que causa ausência de dor durante uma operação. Ela pode ser geral, para o corpo todo, ou parcial, também chamada regional, quando apenas uma região do corpo é anestesiada. Embora se trate de uma técnica segura, muitas pessoas ainda têm medo e dúvidas sobre o procedimento. 

“Existem vários tipos, várias modalidades de anestesia que podem fazer o paciente dormir ou não. Temos a anestesia geral, as regionais, como a raquianestesia, ou peridural, temos bloqueios e temos a sedação. A única que realmente faz o paciente dormir é a anestesia geral”, explica Rodrigo Philippe, anestesiologista do Hospital Jayme da Fonte.

Atualmente, são muito raros os acidentes ou complicações de uma anestesia. Com medicamentos, instrumental e técnicas modernas, o anestesiologista reduz ao máximo os riscos de acidentes anestésicos.

“A anestesia, no último século, se desenvolveu bastante, e é considerada um dos grandes avanços da medicina em si. Ela proporcionou o desenvolvimento de cirurgias mais avançadas, maiores, com maior potencial de cura para os pacientes. Os fármacos usados antigamente produziam muitos efeitos colaterais indesejáveis, como náuseas e vômitos, dor de cabeça, sonolência depois do procedimento cirúrgico. E foram se desenvolvendo, procedimentos cirúrgicos e anestésicos com menores efeitos adversos”, diz o anestesiologista.

Apesar de ser extremamente segura, a anestesia não está 100% livre de riscos ou complicações, mas muitas dessas complicações podem ser previsíveis e prevenidas através da entrevista pré-anestésica. É nela que o especialista vai avaliar a condição do indivíduo para o procedimento, além de contribuir para decidir entre os diferentes tipos de anestesia.

“O risco inerente a um procedimento anestésico varia de acordo com o risco do paciente. A gente classifica o paciente de acordo com alguns critérios de gravidade com doenças que o paciente já tinha, como um hipertenso controlado, por exemplo, ele já tem um risco”, pontua. “A anestesia geral em si não é mais perigosa do que outras modalidades de anestesia. É na anestesia geral que o anestesista detém o maior controle das funções hemodinâmicas  e respiratórias do paciente. Então na anestesia geral, o anestesista tem o paciente mais na mão do que em outras. Portanto, a anestesia geral não é a mais perigosa”, destaca o médico.

Principais mitos

Sobre mitos e verdades da anestesia, Rodrigo Philippe alerta: “Em relação a esse risco do paciente não movimentar as pernas depois de uma raquianestesia, por exemplo, é completamente mito. O anestésico local ele tem um tempo de atividade no espaço onde ele é depositado. Então depois que o organismo metaboliza o anestésico a paralisia das pernas termina também”.

“Outro questionamento dos pacientes é se a anestesia tem o risco de terminar antes da cirurgia acabar. A anestesia é dividida em etapas. E tem a etapa que dura durante todo o procedimento cirúrgico, que é a etapa de manutenção da anestesia. Durante esse período de manutenção, um medicamento será infundido continuamente, durante todo o procedimento cirúrgico. Quer a cirurgia demore mais uma hora, mais duas ou mais três, vai sendo fornecido um anestésico ao paciente durante todo esse intervalo de tempo. Só depois que termina a cirurgia que o anestesista vai desligar o aparelho que está fornecendo o anestésico e o paciente vai voltando a consciência progressivamente”, finaliza.

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