Arritmia cardíaca é grave? Conheça mais sobre a doença e saiba como tratá-la

Se engana quem pensa que a palpitação no peito é o único sintoma da arritmia cardíaca

Cardiologista Nicodemus Neto, do Hospital Jayme da Fonte e do Intercordis - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Arritmia ou palpitação é um distúrbio do ritmo cardíaco, que provoca a sensação de que o coração deixou de dar uma batida ou que o coração bate rápido demais. Quando as batidas do coração ficam desordenadas constantemente, há prejuízos das funções cardíacas e do funcionamento do organismo como um todo.

“Existem vários tipos de arritmias cardíacas. Existem as taquicardias e dentre elas, existem várias formas, vários tipos de manifestações. Existem taquicardias em que o coração, o ventrículo, acelera muito. Então, em determinadas situações os ventrículos se contraem de uma maneira muito rápida e descoordenada algumas vezes. Existem também taquicardias supraventriculares, que são arritmias que surgem acima dos ventrículos, que são as camadas superiores, chamadas de átrios. Os átrios têm a finalidade de receber o sangue e mandar o sangue para os ventrículos. Existem também as bradicardias, em que o coração bate de uma maneira lentificada, fazendo com que o débito cardíaco seja insuficiente e o coração contraia de uma maneira muito lenta e não consiga ejetar esse sangue para suprir as demandas do paciente”, explica o cardiologista Nicodemus Neto, do Hospital Jayme da Fonte e do Intercordis.

O médico pontua, também, que, de forma geral, a arritmia cardíaca é mais comum em pessoas idosas. “ Isso acontece porque com o passar da idade nós vamos adquirindo os fatores de risco, seja com arritmia, doenças coronárias, que são os infartos. Então com o passar da idade, as pessoas vão adquirindo hipertensão, diabetes, colesterol alto. E isso tudo vai ser fator propiciador e gerador para algumas arritmias”, diz o cardiologista.

Se engana quem pensa que a palpitação no peito é o único sintoma da arritmia cardíaca. Entre os sinais mais comuns de alteração do ritmo cardíaco que podem ser percebidos estão: tontura; desmaio; cansaço fácil; dor no peito; falta de ar; e mal-estar geral.

 

Entre as principais causas da arritmia, pode-se destacar, entre elas, o estilo de vida. “É possível, sim, prevenir as arritmias cardíacas. Lógico que existem fatores de risco que a gente não pode controlar, como os fatores hereditários que são passados de pais para filhos, então isso a gente não consegue controlar. Mas a gente consegue controlar nosso estilo de vida, mantendo a alimentação saudável, exercício físico, mantendo a higiene do sono, é claro”, continua o médico.

Importante destacar que a arritmia cardíaca tem tratamento e que este pode variar de acordo com as causas, a gravidade e as condições da pessoa, como idade e outras condições preexistentes. “Existe uma grande gama de variação de possibilidades de tratamento. Seja para as taquicardias, que tem o tratamento conhecido como ablação, em que a gente passa um cateter pela virilha, pela veia femoral, e esse catéter vai até o coração e a gente consegue identificar exatamente da onde vem o foco que causa a arritmia, e também em relação às bradicardias, quando o coração bate muito lento. Se tiver algum bloqueio grave no coração, a gente implanta um marcapasso para que esse marcapasso possa servir como um sistema elétrico do coração”, explica.

Marcapasso é seguro?

O cardiologista Nicodemus Neto também destaca que o tratamento para as arritmias cardíacas evoluiu bastante nos últimos anos e tranquiliza a população em relação ao marcapasso. “Antigamente, na década de 50, 60, para colocar um marcapasso, havia a necessidade de uma toracotomia, que é abrir o peito para colocar os fios dentro do peito do paciente, do coração, para estimular o coração. Hoje em dia nós temos técnicas bastante avançadas em que a incisão é muito pequena, abaixo da clavícula. A gente impulsiona, pega uma veia que passa embaixo da clavícula para passar esses fios. Então é uma cirurgia pouco invasiva em relação ao que era no passado”. 

“Acredito que o principal mito da população em geral se refere ao marcapasso. Quando o paciente implanta o marcapasso, ele fica muito receoso, não somente ele, mas também a família, com os afazeres diários, como o simples fato de ligar uma luz. Então muitos pacientes ficam com medo de ligar a luz, achando que vai ter alguma interferência no dispositivo. O paciente fica com medo de abrir a geladeira, achando que vai haver alguma interferência com o marcapasso. Então, tudo isso é mito. O marcapasso, hoje em dia, é um aparelho muito seguro. A possibilidade de interferência externa no marcapasso, no dispositivo, é muito muito rara e praticamente inexistente”, continua o cardiologista.

É fundamental ter um acompanhamento médico regular e, ao menor sinal, procurar por atendimento. “Existe outro mito em relação às arritmias, que a população acha que toda arritmia é maligna. Muito pelo contrário. A maioria se manifesta de uma maneira benigna, em que o paciente precisa apenas de um acompanhamento, exames regulares e, algumas vezes, medicação”, finaliza o médico. 

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