Bebê com cabeça achatada é normal? Entenda o que é plagiocefalia posicional e saiba como prevenir
A assimetria craniana pode aparecer como um achatamento traseiro ou abaulamento frontal
Todo recém-nascido nasce com a cabeça ainda em processo de enrijecimento, isto significa que é normal que ela seja mole e flexível. O que também é normal e, inclusive, é a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é colocar o bebê para dormir de barriga para cima. No entanto, fazer com que a criança passe muito tempo com apenas um lado da cabeça apoiado pode desenvolver a plagiocefalia posicional.
Caracterizada por uma assimetria em um dos lados da cabeça, ela pode aparecer como um achatamento na parte traseira e vir acompanhada de um abaulamento frontal. Cada vez mais comum, o problema é evitável, conforme explica a neurocirurgiã pediátrica Amanda Lopez.
"Ela é causada pelo apoio excessivo em uma única parte do crânio, ou seja, quando o bebê passa muito tempo deitado ou encostado com apenas um lado da cabecinha, e pode provocar uma série de alterações craniofaciais", alerta. Mais do que questões estéticas, essa assimetria pode afetar algumas funções do rosto da criança.
"Se não for observado e tratado, os olhos, os ouvidos e o nariz podem sofrer consequências, como a alteração da capacidade de enxergar de forma tridimensional, desvio de septo, disfunções na mastigação e dores de ouvido", cita Amanda.
Prevenção e tratamento
A adoção de alguns hábitos já é suficiente para preveni-la. Para diminuir o tempo de apoio da cabeça do bebê — a principal causa —, variar na posição e no lado da amamentação, alterar o lado do móbile, trocar a posição do berço, inverter o lado que o bebê dorme, colocando os pés na cabeceira, e colocar o bebê em posição de 'tummy time' são algumas das estratégias.
Se a cabeça do bebê já estiver achatada, não há motivos para preocupação. Quando identificado no início, a cabeça é remodelada naturalmente se os hábitos preventivos forem adotados. Nos casos em que o achatamento está avançado, a fisioterapia pode ser uma alternativa, e o número de sessões ou exercícios realizados variam de acordo com o grau da assimetria.
Para casos mais severos, é recomendado o uso da órtese craniana, uma espécie de capacete feito sob medida para o bebê, para que a parte achatada não toque no apoio e a parte abaulada passe a ficar apoiada. “A órtese não é feita para modelar ou apertar o crânio da criança, mas para ajudar no redirecionamento do crescimento natural da cabeça”, finalizou a neurocirurgiã pediátrica.
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