Câncer de pâncreas: conheça os sinais de alerta, como prevenir e tratar a doença
Cirurgião do Hospital Jayme da Fonte detalha fatores de risco, além do diagnóstico e prevenção
Embora seja menos comum que outros tipos, quando o câncer acomete o pâncreas é considerado pela medicina um dos mais agressivos e desafiadores, principalmente quanto ao diagnóstico precoce.
Comumente diagnosticado já em estágios avançados, a doença tem um prognóstico reservado, o que reforça a importância de conhecer seus fatores de risco e sinais iniciais.
Câncer de Pâncreas
Para o cirurgião Omar Jacobina, do Hospital Jayme da Fonte, entender o papel de hábitos saudáveis na prevenção e reconhecer os primeiros indícios pode fazer a diferença no combate ao câncer de pâncreas.
De acordo com o médico, os primeiros sinais costumam ser vagos e relacionados a sintomas compressivos na região abdominal.
“Infelizmente, o câncer de pâncreas geralmente só é descoberto tardiamente. Os principais sintomas incluem dor abdominal, o aparecimento recente de diabetes e a icterícia – que é caracterizada pelo amarelamento dos olhos e da pele”, detalha o médico.
No entanto, o cirurgião ressalta que esses sintomas podem já ser indicativos de uma doença em estágio avançado.
Rastreio
Ao contrário de outros tipos de câncer, como o de mama ou da próstata, para os quais existem exames de rastreamento amplamente difundidos, não é possível detectar sinais precoces do câncer de pâncreas através de ferramentas de screening em pessoas assintomáticas.
“Não temos exames de rotina que detectam o câncer de pâncreas em estágios iniciais. Por isso, a suspeita clínica é fundamental”, aponta o cirurgião.
Após a suspeita clínica, exames de imagem, como a tomografia, a ressonância magnética ou a ultrassonografia endoscópica, são utilizados para confirmar o diagnóstico.
Uma vez diagnosticado, o tratamento, conforme esclarece o Dr. Omar, é multimodal e envolve uma combinação de quimioterapia, cirurgia e, em alguns casos, radioterapia.
“O que define o tratamento é o estágio da doença. Em alguns casos, será necessário apenas a quimioterapia; em outros, quimioterapia e cirurgia, ou até mesmo as três modalidades juntas. Por isso, cada paciente precisa ser avaliado de forma individual por uma equipe médica multidisciplinar”, explica o especialista.
O especialista destaca ainda que, embora o diagnóstico precoce nem sempre seja possível, assim como alterar fatores a exemplo de idade e predisposições genéticas, manter hábitos saudáveis continua sendo a melhor forma de reduzir o risco da doença.
“A obesidade, o tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são fatores que aumentam significativamente o risco. O ideal é evitar o consumo de álcool e cigarro, manter um peso adequado e praticar exercícios físicos. Com estes hábitos, já se contribui significativamente para a saúde pancreática”, recomenda o cirurgião.