Câncer de próstata pode voltar mesmo após a cura? Conheça as causas da recidiva bioquímica da doença

Detecção inicial do câncer de próstata apresenta índice de cura de 90% e evita retorno do tumor

Para vencer câncer de próstata, homens precisam vencer também o preconceito - Marcio James/Semcom

Vilão da saúde masculina, o câncer de próstata é o segundo que mais mata, perdendo apenas para o de pulmão. De 2019 a 2021, de acordo com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, foram mais de 47 mil óbitos em decorrência desse tipo de câncer.

Em contra partida, a doença apresenta um alto índice de cura — mais de 90% de chance — caso seja detectado em sua fase inicial. Mais do que isso: minimiza o risco de a doença voltar.

Recidiva da doença
Segundo o urologista Clovis Fraga, o câncer de próstata, mesmo após o seu tratamento — seja através de radioterapia, cirurgia (prostatectomia radical), braquiterapia ou terapia focal — pode voltar a apresentar elevação dos níveis do PSA, que é uma enzima com algumas características de marcador tumoral ideal, sendo utiliza

Cerca de 20% a 40% dos homens podem apresentar a recidiva da doença, explica o urologista Clóvis Fraga 
Cerca de 20% a 40% dos homens podem apresentar a recidiva da doença, explica o urologista Clóvis Fraga - Foto: Divulgação

do para diagnóstico, monitorização e controle da evolução do carcinoma da próstata. Esse retorno é chamado de recidiva bioquímica da doença.

"Tumores muito pequenos e localizados têm chances de cura em torno de 100%, portanto com baixíssimo risco de voltar a se desenvolver após o primeiro tratamento. Em contrapartida, nos tumores que já são inicialmente mais avançados, esse risco é maior", explica o especialista.

Ainda segundo o médico, cerca de 20% a 40% dos pacientes vão apresentar recidiva da doença em até dez anos após o tratamento realizado. "O percentual de recidiva da doença está ligado a alguns 
fatores, como a apresentação inicial da doença e das características genéticas e morfológicas das lesões", pontua.
 

Cuidados permanentes
Diante do tratamento inicial realizado, o paciente deve ser monitorado através da realização de exames de PSA, observando que seus níveis estejam abaixo de 0,2 ng/ml.

"Com a elevação dos valores de PSA, é preciso investigar, através de exames como o PET SCAN, para ver se existe algum substrato anatômico da doença", indica Clóvis.

Em geral, não há como prevenir efetivamente que a recidiva ocorra, uma vez que mesmo diante de tratamentos totalmente adequados e bem realizados, isso pode vir a ocorrer, o que reforça a importância de iniciar os cuidados cedo e de permanecer vigilante para o resto da vida.

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