Câncer de pulmão: tabagistas têm 20 vezes mais chances de desenvolver a doença
Cirurgião torácico tira dúvidas sobre o assunto e dá dicas de prevenção
Embora seja a terceira doença mais comum entre os homens e a quarta em mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse tipo de neoplasia no pulmão é silencioso. Em 2020, o mundo inteiro apontou a incidência de 2,2 milhões de novos casos. Naquele mesmo ano, somente no Brasil, 28.618 pessoas morreram com a enfermidade.
Contudo, ainda de acordo com o Inca, a taxa de incidência dos casos vem sofrendo queda, desde 1980, entre os homens, e desde 2000, entre as mulheres. O que diferencia os dois dados são as formas de adesão e cessação do tabagismo, que consiste no uso de cigarros, narguilés e cigarros eletrônicos.
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O cirurgião torácico do Hospital Jayme da Fonte, Diego Simões, aponta que essa prática é a causa mais prevalente entre os pacientes portadores da patologia. Pessoas que têm esse hábito, ainda de acordo com o especialista, têm 20 vezes mais chances de contrair o câncer de pulmão do que qualquer outra pessoa.
“O que muda no contexto e no cotidiano do paciente são as relações entre as pessoas. Um paciente com câncer no pulmão precisa ter suporte maior dentro de casa. Geralmente, muitos deles têm rotina de trabalho intensa e, com a neoplasia, terão que quebrar um pouco alguns costumes. Mas sempre apoiados com nutrição e psicologia, nós [médicos] conseguimos dar uma excelente qualidade de vida às pessoas. Inclusive, durante o tratamento”, comentou.
Descoberta precoce pode ajudar
Para Simões, o rastreio do câncer de pulmão pode ser fundamental para que o tumor seja encontrado numa fase inicial. Sendo assim, haverá maior possibilidade de tratamento bem sucedido. Derrame pleural, sangramento na hora da tosse e falta de ar são alguns dos sintomas da doença.
“A pessoa não deve esperar a chegada desses sintomas para procurar um médico. O rastreio câncer de pulmão é a busca do tumor, antes dos estágios mais avançados e do aparecimento dos sintomas. O tratamento da doença sofreu uma verdadeira revolução nas últimas décadas. Seja com a cirurgia robótica, com os imunoterápicos ou com a quimioterapia, que vem evoluindo a cada dia mais”, complementou.
Os exames que ajudam o médico a detectar o câncer são a radiografia de tórax e tomografia computadorizada. As opções servem para avaliar um nódulo ou massa pulmonar. Caso seja confirmada a neoplasia, o especialista vai solicitar exames como PET-SCAN e ressonância do crânio para avaliar a extensão da doença.
Existe tratamento específico?
O especialista no assunto indica que as formas de prevenção contra o câncer de pulmão são as mesmas do combate aos outros tumores que possam se desenvolver no corpo humano, com destaque para o abandono da prática de tabagismo, que é a principal causa da doença quando ela atinge o pulmão.
“É preciso seguir uma alimentação saudável, a prática regular de exercícios físicos e sempre procurar o seu clínico para fazer o rastreio. Por mais que seja óbvio, é preciso parar com o tabagismo. A cessação do tabagismo é ainda um divisor de águas para os pacientes que buscam uma boa qualidade de saúde, em relação à prevenção do câncer de pulmão. Evitar os cigarros eletrônicos, que viraram uma febre e que têm também um peso importante. Se você seguir essas dicas, com certeza vai ter uma boa saúde pulmonar”, finaliza o especialista.
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