Como os cuidados paliativos podem apoiar a qualidade de vida dos pacientes?

O modelo de saúde auxilia tanto os sintomas físicos quanto o lado psicológico dos pacientes

Josimário Silva, cirurgião do Hospital Jayme da Fonte - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Lidar com um diagnóstico difícil é um dos momentos mais delicados que um ser humano pode passar ao longo da vida. Com a missão de tornar mais suave a rotina de quem enfrenta esse desafio, os cuidados paliativos têm sido cada vez mais utilizados nesse processo. 

“Os cuidados paliativos no Brasil começaram essencialmente no modelo hospitalocêntrico, ou seja, o modelo do hospital. Mas à medida que ele vai se espalhando, e hoje o Brasil começa se colocar dentro do cenário mundial como um país onde os cuidados paliativos efetivamente vêm acontecendo em maior volume, apesar de não termos ainda uma política pública, mas está se buscando isso, os modelos de assistência de saúde da família já começam a ter essa participação de forma mais efetiva”, comentou o médico Josimário Silva, cirurgião do Hospital Jayme da Fonte.

Também professor de Cuidados Paliativos do Curso Médico da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e membro do Comitê de Bioética da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, Silva destaca que o modelo funciona como uma assistência à saúde, auxiliando tanto os sintomas físicos quanto o lado psicológico dos pacientes. Em linhas gerais, essas ações buscam ajudar pessoas com doenças graves a terem mais qualidade de vida mesmo quando os tratamentos já não possam garantir a cura.

Nesse sentido, explica o especialista, é fundamental a participação de uma equipe multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos, por exemplo, além do apoio da família, que, aliás, também deve receber a atenção dos profissionais, inclusive diante do processo de luto.

“Quando o modelo de assistência é prestado, a gente tem que considerar também a família. Lembrar sempre que o núcleo é paciente e família, o paciente não está dissociado a essa família e essa família também está sofrendo”, comentou.

Com o apoio da família e o acompanhamento da equipe multidisciplinar, os pacientes podem enfrentar com mais leveza o avanço das doenças. De acordo com o Ministério da Saúde, um dos princípios dos cuidados paliativos é reafirmar a vida e a morte como processos naturais (veja mais no infográfico abaixo). 
 
“Muitas vezes esses pacientes evoluem com doenças que arrastam muito sofrimento. E à medida em que essa abordagem é feita, que há um controle rígido de sintomas, automaticamente isso é uma forma de promover qualidade de vida a esses pacientes”, pontuou Josimário Silva.

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