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Vida Plena

Conscientização sobre câncer de pele ganha destaque no Dezembro Laranja; conheça alguns tratamentos

Técnica precisa para remoção de câncer de pele, Cirurgia Micrográfica de Mohs tem ganhado destaque

Proteção solar deve ser redobrada no verãoProteção solar deve ser redobrada no verão - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Dezembro é temporada de férias, além de ser o mês que começa o verão. Como a praia é um dos principais destinos nessa época, é natural que a exposição aos raios solares também cresça, chamando a atenção para a importância de se proteger, sobretudo a pele, da maneira adequada.

Não à toa, a Sociedade Brasileira de Dermatologia organiza, anualmente, a campanha Dezembro Laranja, justamente para conscientizar a população sobre os riscos do câncer de pele, já que, segundo o  Instituto Nacional de Câncer (INCA), este é o tipo mais frequente no Brasil, sendo responsável por 33% dos casos de carcinomas.

De acordo com as projeções do INCA, cerca de 185 mil novos casos são registrados por ano no Brasil, e a exposição excessiva ao sol está entre as principais causas para o desenvolvimento do problema.

Diagnóstico precoce
Assim como os outros tipos de câncer, um diagnóstico precoce possibilita um tratamento igualmente precoce, o que aumenta as chances de cura. E para isso, é importante estar atento aos sinais mais comuns.


 

Conforme explica a dermatologista Marina Coutinho, os sinais de câncer de pele podem se assemelhar com pintas, eczemas e outras lesões benignas.

"Por isso, é importante ficar atento ao surgimento de lesões novas ou antigas que  começam a mudar de tamanho, coçar, sangrar, não cicatrizam com facilidade ou ainda algum sinal antigo que mude de cor ou esteja crescendo", diz a especialista.

Ainda segundo Marina, o câncer cutâneo acontece quando há um crescimento anormal das células que compõem a pele. Há vários tipos de câncer de pele, que são categorizados dependendo da camada que for atingida.

"Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos por ano. O melanoma, apesar de ser mais raro, é o tipo mais letal e agressivo de câncer de pele, sendo responsável por 8,4% dos casos anualmente e por uma maior taxa de mortalidade", detalhou Coutinho.

Tratamento e hábitos
Dentre as medidas preventivas, as mais indicadas são evitar exposição excessiva ao sol e proteger a pele da radiação UV através do uso de camisa com proteção UV, filtro solar, chapéu e óculos de sol. 

Marina Coutinho, dermatologistaMarina Coutinho, dermatologista - Foto: Divulgação

"É necessário utilizar filtro solar todos os dias, incluindo dias nublados, e não somente em momentos de lazer e lembrar de repor o protetor solar. Seu uso também é recomendado em ambientes fechados, já que os raios UV atingem esses locais, ainda que em menor quantidade", acrescenta Marina. Além disso, recomenda-se consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo.

Já o tratamento para câncer de pele varia de acordo com a gravidade da doença e pode ser feito por modalidades cirúrgicas, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e medicações orais e tópicas.

Cirurgia Micrográfica de Mohs
Um método de intervenção que tem ganhado destaque é a Cirurgia Micrográfica de Mohs, técnica mais precisa para a remoção das principais formas de câncer de pele, especialmente quando localizado na face.

A dermatologista e cirurgiã micrográfica de Mohs, Virginia Batista, que também atua no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), explica que o grande destaque dessa técnica é que toda a patologia e biópsia são feitas de forma intraoperatória, enquanto o paciente está sendo operado, ao invés de ser no laboratório. 

"O procedimento consiste na retirada do câncer, camada por camada, e do exame de cada uma delas ao microscópio, até que se obtenha margem livre, ou seja, a remoção completa do tumor", enfatiza a cirurgiã.

Enquanto na técnica convencional, a margem de pele sã precisa ser bem maior ao redor do tumor, em torno de meio até um centímetro, exigindo incisões ou cortes superiores para tentar retirar todo o câncer de pele. 

Virginia Batista é pioneira na técnica da cirurgia de MohsVirginia Batista é pioneira na técnica da cirurgia de Mohs - Camila Pifano/Divulgação

"Isso pode ocasionar maiores cicatrizes, perda de função e até mesmo mutilações.  Na cirurgia de Mohs, a margem de segurança inicial é de um a dois milímetros, a partir daí, a visualização no microscópio irá orientar se e onde precisa retirar mais tumor e não pele sã", detalha Virginia, que emenda: “Esse método é indicado para carcinomas basocelulares, carcinomas espinocelulares de alto risco de recidiva, melanomas finos de até um milímetro de espessura, dermatofibrosarcoma protuberans e alguns tumores mais raros de pele."

A técnica é, também, extremamente adequada para áreas de alto risco, onde não existe pele em excesso para realizar a reconstrução e é mais fácil o tumor invadir estruturas nobres e mais profundas, como músculo, cartilagem e osso. São consideradas áreas de alto risco as orelhas, nariz, lábios, pálpebras, região genital, mãos e pés.

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