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Cuidados paliativos: a oferta da qualidade de vida em um contexto de sofrimento

Acolhimento e cuidado — do físico, mental, social e espiritual — para paciente e família

O acompanhamento acontece junto a uma equipe multidisciplinar, com médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros - Freepik

De impactos físicos e emocionais, afetando até mesmo a esfera social. Uma doença grave e incurável, que ameace a continuidade da vida, não é uma coisa fácil de lidar. Garantir qualidade de vida de um paciente nessas condições é fundamental, e a área da medicina que se dedica a esses casos é a de cuidados paliativos.

De acordo com a médica geriatra e especialista em cuidados paliativos da Clínica Florence, Lívia Interaminense, não é sobre não ter mais o que fazer, é sobre oferecer o melhor até o último dia de vida.

Lívia Interaminense, geriatra especialista em cuidados paliativos, da Clínica Florence
Lívia Interaminense, geriatra especialista em cuidados paliativos, da Clínica Florence - Foto: Divulgação

"É sobre acolher, cuidar e resgatar a dignidade para viver melhor, apesar do contexto de sofrimento", diz Lívia.

A geriatra comenta ainda que, nesses casos, o sofrimento não se restringe só ao paciente, mas toda a família sente muito todo o processo, já que, na maioria das vezes, é a primeira vez que estão diante de tal situação. 

"A noção de cuidados paliativos se estende à família também, já que é uma espécie de luto antecipado que elas vivem. Por mais que tenhamos consciência de que vamos morrer um dia, saber que uma doença pode antecipar isso afeta o nosso lado emocional e também o espiritual", continua.

Equipe multidisciplinar

O acompanhamento acontece junto a uma equipe multidisciplinar, com médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros.

"O uso dessas especialidades também varia de acordo com a necessidade de cada paciente. Algumas doenças acabam provocando perda de força ou mobilidade, alguns pacientes sentem dores. Então cada um exerce um papel importante, desde a receita da medicação até a escuta ativa", afirma Lívia.

A especialista em cuidados paliativos pontua ainda que toda a equipe se comunica entre si para poder traçar a linha de tratamento que consiga atender às demandas e expectativas de cada paciente.

Para além da Saúde

Dentro das ações inclusas nos cuidados paliativos, o Serviço Social tem se firmado como essencial. Segundo Lívia, muitas questões burocráticas costumam surgir nesse período, e o fato de a família ter o apoio de profissionais que auxiliem em demandas mais técnicas reduz o nível de estresse.

Há ainda um profissional designado para cuidar da dimensão espiritual. Chamado de capelão, ele não é ligado necessariamente à religiosidade ou doutrinas, mas tem a missão de garantir o conforto ao paciente.

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