Dentes do siso: realmente é necessário retirá-los?

Assim como diversos outros assuntos envolvendo a saúde bucal, o dente do siso é alvo de mitos

Cirurgião bucomaxilofacial Diogo Brainer, do Hospital Jayme da Fonte - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Leia Também

• Câncer colorretal: saiba o que fazer para evitar a doença

O surgimento dos dentes do siso é quase um ritual de passagem da adolescência para a vida adulta. Eles são chamados assim por nascerem na última fase da adolescência, entre 16 e 21 anos de vida. Em alguns casos, podem ficar escondidos sob a gengiva e só são identificados por meio de uma radiografia panorâmica. Muitas pessoas têm dúvidas sobre a utilidade daqueles que são os últimos que compõem nossa arcada dentária. Por isso, é muito comum se deparar com perguntas como: a extração do dente do siso realmente é necessária?

De acordo com o cirurgião bucomaxilofacial Diogo Brainer, do Hospital Jayme da Fonte, extrair os dentes do siso não é uma regra. Em alguns casos, eles podem ser mantidos. É possível conviver com eles se houver espaço suficiente para acomodar os quatro (ou menos) dentes “extras” sem causar prejuízos ao sorriso ou à saúde bucal. 

“A cirurgia do siso não é obrigatória. Todo paciente que tem terceiro molar não necessariamente precisa ser removido. Há situações em que são mandatórias, por exemplo, elementos que têm relação com cisto, elementos que têm relações com tumores, elementos que estão promovendo uma inflamação ou elementos que estão promovendo gengivite na região”, explica Diogo Brainer.

Diogo Brainer pontua, também, que é importante estar sempre alinhado com o seu cirurgião. “Uma coisa que é muito comum são terceiros molares que estão deitados ou ligeiramente deitados, que estão promovendo cáries, esses sim precisam ser operados. Há relações também de elementos que não apareceram na boca, elementos que estão deitados, sobre o nervo, esses elementos precisam ser bem estudados, porque há paciente que precisa ser operado por outras situações das quais têm deformidades e esses elementos nessa posição vão atrapalhar um pouco essa cirurgia. O mais importante é você ter uma avaliação bem criteriosa com teu cirurgião”, completa.

A retirada dos sisos ocorre como qualquer extração dental de rotina: o paciente recebe uma anestesia local e o procedimento de retirada é realizado, em média, em 30 minutos ou menos — dependendo da complexidade e do posicionamento do dente, esse prazo pode ser maior.

“A recuperação pós-operatória, vai variar de acordo com a complexidade da sua cirurgia. Hoje a gente tem um arsenal de medicação, de analgésicos, antiinflamatórios, antibióticos, que vão te promover, uma vez respeitada as orientações do seu cirurgião, que você tenha um pós-operatório de uma qualidade muito boa”, diz o cirurgião Diogo Brainer.

Caso não seja necessário retirar os sisos do paciente, Brainer alerta para os cuidados com os dentes. “Os cuidados são basicamente a higienização. Mas é necessário seguir as orientações do seu cirurgião, como fazer radiografias no tempo hábil, fazer a higienização correta, como uso de fio dental e escovação, e sempre lembrando que é uma área de difícil higienização, então é necessário um cuidado a mais com ele. Isso vai garantir que você não seja pego de surpresa com inflamações ou infecções”, finaliza Diogo Brainer.

 

Veja também

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela
Venezuela

Maduro diz que González Urrutia lhe pediu 'clemência' para sair da Venezuela

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios
Queimadas

'Estamos tentando evitar o fim do mundo': Flávio Dino defende gastos com incêndios

Newsletter