Doença celíaca e intolerância ao glúten: entenda a diferença e saiba como tratar
Embora sejam provocadas pela ingestão de glúten, a intolerância ao glúten é diferente da patologia
Comer um pãozinho pela manhã, almoçar uma macarronada ou comer uma pizza no jantar. O que parece simples e até mesmo comum para alguns pode ser um verdadeiro tormento para outros. É o caso das pessoas que sofrem com a doença celíaca, patologia autoimune que ataca a mucosa do intestino delgado e que é provocada pela ingestão de glúten.
Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), não se sabe ao certo quantos brasileiros portam a doença, mas estimativas indicam que cerca de dois milhões de brasileiros são celíacos. Embora sejam provocadas pela ingestão de glúten, a patologia é diferente da intolerância ao glúten, conforme explica a nutricionista Charlene Cavalcanti, do Hospital Jayme da Fonte.
Enquanto a doença celíaca provoca uma reação exagerada do sistema imunológico ao glúten, a intolerância ao glúten não-celíaca é apenas uma sensibilidade à proteína.
"A doença afeta o intestino delgado, causando um processo inflamatório e alterando a absorção de vários nutrientes. Já a intolerância pode ser causada pelo alto consumo de glúten, que não é bem digerido", explicou Charlene.
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Geralmente, os celíacos sentem muitas dores abdominais, distensão da região, constipação ou diarreia. Embora sejam sintomas parecidos com os sentidos pelos intolerantes, nos portadores da patologia, os sintomas vão além do sistema digestivo, causando crises de ansiedade, arritmia cardíaca, fadiga, além de dificultar a absorção de nutrientes.
Com cinco estágios de evolução, a doença celíaca precisa de um diagnóstico precoce, já que, quando não tratada, pode evoluir para um câncer de intestino, segundo a nutricionista Bruna Barbosa. "Se um paciente descobre na fase cinco, o tratamento é complicado", alertou Bruna.
Zero glúten
Sem cura e medicação, os celíacos precisam eliminar o glúten da dieta para ter qualidade de vida. "É uma questão de sobrevivência. Se um paciente descobre e mesmo assim insiste na ingestão da proteína, ele, além de se submeter ao desconforto, coloca a sua saúde em risco", enfatizou Bruna.
De acordo com a nutricionista, a cevada, o trigo, a farinha e os cereais devem ser cortados. "Nada de pão, biscoito, bolachas, cervejas, whisky, massas."
O diagnóstico é obtido por meio de exames de sangue, além da endoscopia e da colonoscopia. A nutricionista Bruna Barbosa recomenda que o paciente que sofra com os sintomas, busque atendimento especializado.
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