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Ensaio clínico propõe tratamento mais leve para mulheres com cancêr de colo de útero

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Uma pesquisa de grande impacto, com capacidade de sugerir mudança no procedimento clínico adotado como padrão no tratamento de pacientes oncológicos, foi realizada no Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) através do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Oncologia da instituição em parceria com o A.C Camargo Cancer Center. Por meio de um Ensaio Clínico, um dos tipos de estudo de maior relevância dentro da ciência, o cirurgião oncológico Vandré Carneiro propôs uma nova forma de tratamento para pacientes com câncer de colo de útero em fase inicial. Os resultados parciais da tese de doutorado foram defendidos pelo médico em abril de 2019, e apontam para conclusões satisfatórias que consolidam ainda mais o HCP como uma instituição de referência no campo do Ensino e da Pesquisa.

"O Ensaio Clínico é um estudo com grande repercussão no campo do conhecimento científico atual, porque é quando testamos um tratamento. É por meio do Ensaio Clínico que se consegue os maiores níveis de evidencia que mudam a conduta dentro da medicina. Então nosso estudo tem esse grande fator favorável, é um estudo que tem esse mérito", aponta o médico a respeito de sua pesquisa, que propõe uma cirurgia menos radical para pacientes com câncer de colo de útero em estado inicial do que a que hoje é considerada padrão no tratamento do tumor.

"A ideia foi justamente propor o tratamento dessas mulheres através de uma cirurgia menor, que é uma cirurgia que já é feita em outras condições, principalmente para pacientes com doença benigna, mas que não é preconizada para essas mulheres com câncer de colo uterino", explica.

O estudo foi realizado com 40 pacientes diagnosticadas com a doença em fase inicial. Metade delas foi submetida à cirurgia preconizada para este tipo de tumor, enquanto as demais foram submetidas à cirurgia proposta, chamada de braço experimental. A escolha do tipo de tratamento a ser executado foi feita por meio de um sorteio aleatório, o que caracteriza um estudo randomizado. Coordenada pelo HCP, a pesquisa envolveu quatro instituições, onde foram realizados os procedimentos: o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), a Santa Casa de Misericórdia em Alagoas e o A.C. Camargo Cancer Center.

"É de grande impacto a realização de um ensaio clínico que envolva mais de uma instituição. Temos pouquíssimos estudos desses realizado em nosso país de uma forma geral, principalmente na região Nordeste", destaca dr. Vandré.

Embora os níveis de evidência ainda não sejam suficientes para comprovar a hipótese de que a cirurgia proposta possui os mesmos resultados oncológicos, os resultados parciais alcançados revelam a eficácia desse tratamento. Como pontua o médico, "Ainda temos um segmento muito curto de 16 meses. Como o objetivo principal é ver se houve ou não o retorno da doença, é interessante que a gente tenha um segmento de pelo menos 3 anos. Mas os resultados parciais mostram que a cirurgia proposta é segura e eficaz do mesmo jeito que a cirurgia padronizada. Então, a cirurgia experimental, que é a causa do nosso estudo, parece, sim, ser tanto segura quanto eficaz em relação a cirurgia que é feita em todo o mundo atualmente", explica, "É uma estratégia que pode beneficiar muitas mulheres, evitando uma cirurgia maior e trazendo os mesmos resultados oncológicos".

As informações contidas neste artigo não refletem a opinião do Jornal Folha de Pernambuco e são de inteira responsabilidade de seus criadores.

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