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Está acima do peso? Saiba como identificar a obesidade e veja formas de tratamento para a doença

A endocrinologista Mirela Litvin fala sobre as causas da obesidade e sobre hábitos de prevenção

Mirela Litvin, endocrinologista do Hospital Jayme da Fonte - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Um dos desejos mais recorrentes quando pensamos em projetos pessoais da população brasileira, ou até mundial, especialmente nos primeiros meses do ano, é aumentar a qualidade de vida, buscando uma rotina mais saudável para o seu dia a dia. Nesse sentido, costuma-se surgir um objetivo comum: emagrecer.

Acontece que, para além da estética, é preciso estar atento para diferenciar se os quilos a mais configuram apenas um pequeno sobrepeso ou se já estamos diante de casos de obesidade, doença crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura no corpo.

A Organização Mundial de Saúde, aliás, estima que em 2025 mais de dois bilhões de pessoas estejam acima do peso, sendo 700 milhões com obesidade.

No Brasil, os dados mais recentes da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), promovida pelo Ministério da Saúde (MS) e divulgada no ano passado, constatou que 22,4% da população adulta brasileira que participou da pesquisa em 2021 foi identificada com obesidade. [Veja mais detalhes no infográfico]

Entre as crianças, o número também é preocupante. Segundo o relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional do MS, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade em 2022.

Como explica a endocrinologista Mirela Litvin, do Hospital Jayme da Fonte e da SOLB Clínicas Especializadas, a obesidade tem três componentes principais: é uma doença crônica que precisa ser tratada e que tem grande influência da genética do paciente, de fatores culturais e do ambiente em que ele se insere.

“A obesidade pode ser identificada com o cálculo da sua altura sobre o quadrado do peso e esse valor vai dar o Índice de Massa Corporal, IMC. O valor do IMC estratifica acima de 30 como obesidade”, comentou.

O tratamento passa por dieta equilibrada e atividade física, sendo recomendado, em alguns casos, o uso de medicamentos ou a intervenção cirúrgica.

“Na consulta, o profissional médico vai fazer uma avaliação do padrão alimentar daquele paciente, as condições genéticas, de como foi sua infância, como ele lida com o alimento, como ele enxerga o alimento. E, a partir dessas medidas e exames, é claro, a gente pode fazer a melhor escolha para o paciente”, destacou a profissional. 

O acompanhamento multidisciplinar é fundamental durante o processo. “Obesidade não é uma escolha do paciente, é uma doença crônica que precisa ser tratada. O acompanhamento deve ser feito com médico endocrinologista associado a nutricionista, um possível educador físico e, muito importante também, o acompanhamento psicológico”, frisou.

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