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Exercícios podem combater dedos em gatilho; veja o que fazer

Especialista dá dicas de tratamento e atividades físicas para evitar doença

A drª Ianele Braga, ortopedista do Hospital Jayme da Fonte - Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Dedos em gatilho é o nome popularmente dado à Tenossinovite dos Flexores, que acomete a região palmar das mãos e consiste no travamento de um ou mais dedos na posição dobrada, podendo ocorrer um estalo quando a intenção é de estica-lo ou vice versa. Isso acontece por conta da inflamação dos tendões flexores, que precisam deslizar livremente para que o paciente realize o movimento. A característica é semelhante a um disparo de gatilho, por isso o nome curioso.

Quando o paciente é acometido com essa patologia, por práticas excessivamente repetitivas, a polia, nome dado ao tendão por onde ele tem que correr, está muito espessada. Ou seja, há um tendão largo para passar em um túnel estreito. Posteriormente, surgem as dores e a limitação funcional das mãos.

Especialista mostra como é o dedo em gatilho | Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Sintomas e tratamentos
A ortopedista do Hospital Jayme da Fonte, Ianele Braga, explica que, durante o movimento de flexão dos dedos, o paciente vai sentir um abaulamento ou nódulo na região palmar. Estes, segundo ela, são os estágios iniciais. Além da dor, a pessoa também vai sentir um travamento dos membros, a ponto de ter que puxá-lo com a outra mão.

“Para os pacientes que vêm nos estágios mais leves, optamos pelos tratamentos menos invasivos, como anti-inflamatórios, crioterapia, que é a aplicação de gelo local, fisioterapia e alongamentos entre atividades mais exaustivas que usem muito a mão. Já nos estágios moderados a graves, a gente já vai pensar em algo mais invasivo. Há o tratamento conservador, mas existe uma porcentagem de pacientes que não vão evoluir bem, dentro do esperado. Então a gente pode, além dessa primeira etapa, trabalhar com a infiltração com corticoide, na região da polia, e nos estágios que essas primeiras opções não foram bem sucedidas, a gente pode pensar também no tratamento cirúrgico”, comenta.

Se a cirurgia for necessária, o paciente poderá ficar internado e ter alta no mesmo dia, através do Day Clinic, regime utilizado para reduzir os riscos de infecção. O procedimento começa com a aplicação de anestesia local, com mais sedação ou bloqueio do braço. O afastamento das atividades laborais dura de 15 a 30 dias, dependendo da evolução do paciente.

 

“A gente vai mexer mais na parte de pele, tendão e partes moles. É uma cirurgia que o paciente tem resposta muito boa no pós-operatório imediato. Ele já sente que consegue movimentar a mão sem o bloqueio e tem um retorno às atividades físicas muito rápido. Muitas vezes, depois da cirurgia, resta só o tempo de o paciente tirar os pontos e voltar às atividades laborais”, salientou a especialista.

Prevenção
Para evitar o aparecimento da doença, de acordo com Ianele Braga, é preciso que a pessoa que opera com trabalhos manuais exaustivos tire pausas programadas a cada duas horas para realizar, nesse intervalo, alongamentos e extensão dos tendões flexores por 15 minutos. Ela também poderá fazer compressas de gelo na região. Contudo, após o aparecimento dos sintomas, a consulta médica não pode ser dispensada.

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