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Festas de fim de ano: Silenciosa, Síndrome do Coração Festeiro requer atenção

Síndrome afeta o funcionamento do coração e é provocada, principalmente, pelo abuso de álcool

Silas Borges, cardiologista do Hospital Jayme da Fonte - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Durante as festas de fim de ano, é comum que as pessoas elevem o consumo de álcool, além da alimentação desregrada que acompanha o ritmo das celebrações. Esses hábitos, comuns ao período, podem sobrecarregar o coração. 

Segundo o cardiologista Silas Borges, do Hospital Jayme da Fonte, é justamente neste contexto que aumenta a incidência da entrada de pacientes na emergência com a chamada Síndrome do Coração Festeiro.

Também conhecida como cardiomiopatia alcoólica ou arritmia pós-festa, essa síndrome é causada por uma irritação no sistema elétrico do coração provocada, principalmente, pelo abuso de álcool e má alimentação. 

Sinais de alerta
A condição costuma se manifestar após períodos de festas ou feriados prolongados, sendo mais frequente em pacientes jovens que abusam do consumo de álcool. No entanto, pacientes com histórico de doenças do coração devem ter atenção redobrada.

“Os principais sinais de alerta incluem palpitações, sensação de que o coração está 'saindo pela boca'”, falta de ar e sensação de morte iminente. Se esses sintomas surgirem, especialmente após uma festa, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente. A demora no diagnóstico pode levar a complicações graves, inclusive risco de vida”, orienta o cardiologista.

Silas Borges ressalta que o diagnóstico envolve a análise da história clínica associada a exames como o eletrocardiograma, especialmente para identificar se a condição do paciente foi causada pela síndrome, ou advém de um problema preexistente.

“A combinação dos sintomas com os resultados do exame nos ajuda a diferenciar essa condição de problemas cardíacos mais graves ou preexistentes”, afirma o especialista.

Prevenção
Para prevenir a síndrome do coração festeiro, o especialista recomenda atenção especial à hidratação e a moderação no consumo de álcool. 

“É importante consumir cerca de dois litros de água por dia, especialmente durante as festas. Além disso, fazer pausas entre as doses de bebida alcoólica também ajuda a reduzir os riscos”, orienta Borges.

O cardiologista ressalta que pessoas com condições cardíacas prévias devem evitar completamente o consumo de álcool, enquanto para os demais a moderação continua sendo a melhor estratégia. Outro ponto crucial é evitar a mistura de bebidas alcoólicas com energéticos. 

“Essa combinação potencializa os efeitos do álcool e pode ser um gatilho ainda maior para as arritmias”, alerta o médico.

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