Herpes-Zóster pode provocar dores crônicas; veja os avanços no tratamento
Anestesiologista dá dicas preciosas sobre como evitar complicações da doença
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Doença infecciosa e aguda, o Herpes-Zóster é a reativação do Vírus Varicela-Zóster (VVZ), que transmite, inicialmente, a catapora. Após acometer o paciente com esta doença inicial, ele fica adormecido na região da medula, mais precisamente nos gânglios dorsais, e é despertado, geralmente, na idade adulta ou em pessoas com imunidade comprometida, que tenham doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.
De acordo com o Ministério da Saúde, a incidência do Herpes-Zóster no Brasil deve ser de, pelo menos, 3 milhões de casos, anualmente. No País, as internações por faixa etária se concentram em crianças de até 9 anos. Contudo, os adultos apresentam maiores riscos de evolução com complicações, hospitalização e óbito.
O anestesiologista do Hospital Jayme da Fonte, Rodrigo Philippe Alves, explica que a doença, conhecida popularmente como cobreiro, causa dores fortes que podem durar décadas. As regiões afetadas vão apresentar bolhas e vesículas que coçam e doem. É possível que haja complicação do quadro clínico.
“A [complicação] mais frequente é a neuralgia pós-herpética. Ela pode acometer de 10% a 30% dos indivíduos que desenvolvem o Hérpes-Zóster, e provoca uma dor crônica que pode persistir por até 20 anos. Outra complicação importante é o vírus acometer a porção frontal do rosto, na região dos olhos, causando ceratite e conjuntivite, podendo levar à cegueira”, explica.
Cuidados e tratamentos
O paciente deve lavar as mãos, antes e depois de lidar com a lesão. Caso note que as bolhas estão estourando, deve cobrir a região para não deixar que o líquido vaze, pois contém o vírus. O tratamento dos casos leves é feito por meio de antivirais, com períodos variáveis, de sete a dez dias, podendo se associar ao uso de corticoides, a depender da gravidade. Também é possível recorrer aos medicamentos opioides ou analgésicos simples. O que dirá, ao certo, a forma de cuidado ao paciente é o grau da doença.
“Para os casos de neuralgia pós-herpética, o tratamento é baseado em medicações anticonvulsivantes, podendo auxiliar a alguns tipos de medicamentos que são usados para depressão”, complementa o anestesiologista.
Proteção
Para evitar o contágio do Herpes-Zóster, o caminho mais indicado é a vacinação contra Varicela, com o imunizante tetra viral, que protege, além desta doença, da caxumba e rubéola. Em 2013, o MS introduziu essa proteção na rotina de vacinação de crianças entre 15 meses e 2 anos que já tenham sido imunizadas com a primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
“É importante também fazer o isolamento desses pacientes. É uma doença infecciosa que pode ser transmitida pelo ar, secreções de saliva e contato com o conteúdo das vesículas. Afastá-los das grávidas que estejam no segundo trimestre também é importante, porque o vírus pode causar malformações fetais”, finalizou.
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